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União tem R$ 48 mi do Pan ainda para pagar
Passivo total do evento organizado dois anos atrás alcança R$ 55 milhões
Ministério afirma que R$ 30 milhões foram bloqueados pelo TCU, que apontou indícios de irregularidades no uso de verba federal
ITALO NOGUEIRA
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Mais de dois anos após o encerramento do Pan e enquanto
planejam os investimentos para a Olimpíada do Rio em 2016,
os organizadores dos dois eventos ainda tentam resolver passivo financeiro referente à
competição continental, que
chega a R$ 55 milhões. A maior
parte dessa dívida -R$ 48 milhões- é do governo federal.
Este montante consta do
atual orçamento do Ministério
do Esporte como "restos a pagar" (compromissos de anos
anteriores) no programa "Rumo ao Pan 2007", que concentrou as ações para o evento.
Ao mesmo tempo, o Comitê
Organizador dos Jogos Pan-
-Americanos (Co-Rio) discute
com a Prefeitura do Rio uma dívida estimada em R$ 7 milhões.
Não constam mais restos a
pagar nos orçamentos dos governos municipal e estadual.
O Pan custou aos cofres públicos cerca de R$ 3,7 bilhões. O
montante gasto no evento de
2007 foi quase 800% a mais
que o inicialmente previsto.
A auditoria do Tribunal de
Contas da União (TCU) apontou indícios de irregularidades
no uso de verba federal.
Segundo a corte do TCU, há
sinais de superfaturamento e
de não fornecimento de parte
dos serviços listados em dois
convênios, que totalizam em
torno de R$ 77 milhões.
De acordo com o Ministério
do Esporte, cerca de R$ 30 milhões dos R$ 48 milhões de restos a pagar do evento continental referem-se justamente a
bloqueios feitos pelo tribunal.
O órgão questiona os gastos
feitos com a hotelaria da Vila
Pan-Americana, com a montagem de instalações temporárias nos locais dos Jogos e com
infraestrutura tecnológica.
"Enquanto não houver o parecer definitivo da corte, os valores permanecem retidos e
constarão como restos a pagar", informou o ministério,
por meio de nota.
Outros R$ 13,2 milhões referem-se, segundo o Ministério
do Esporte, a uma parcela do
convênio com a Prefeitura do
Rio para a melhoria da região
no entorno da Vila do Pan.
Segundo o governo federal, a
verba não foi paga porque um
dos itens do convênio, a construção da estação de tratamento de esgoto Arroio Fundo, não
foi cumprido. O repasse total
seria de R$ 52,9 milhões.
A unidade de tratamento,
que havia sido prometida para
o Pan, nem sequer foi construída a tempo para a competição.
A obra foi retomada em julho
deste ano e só deve ser finalizada em abril do ano que vem.
A responsabilidade pelo repasse, porém, foi transferida
para o Ministério das Cidades.
O Ministério do Esporte afirmou também que R$ 3,4 milhões referem-se a economias
feitas pelo governo federal.
A metade deste valor seria referente à economia na compra
de passagens aéreas para as delegações estrangeiras que vieram ao Brasil em 2007.
A outra metade diz respeito à
verba repassada pelo Pnud
(Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento), mas
que não foi utilizada no evento.
De acordo com a pasta, o valor poupado será cancelado do
orçamento após haver uma
prestação de contas.
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