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Brasileiro prefere beca a lutar por cinturão
Agente de Popó e Sertão volta ao mercado brasileiro
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não lutar por título em 2009.
Esta foi a exigência apresentada pelo brasileiro Alex Oliveira, 24, sétimo do ranking mundial dos supergalos e, tecnicamente, em condições para desafiar pelo cinturão, ao assinar
com o promotor que guiou Popó e Sertão a títulos mundiais.
Não foi por temor de enfrentar Juan Manuel ""Juanma" Lopez, apontado como sucessor
de Miguel Cotto como próximo
ídolo porto-riquenho nos ringues, que Oliveira abriu mão de
uma das maiores ambições na
carreira de qualquer pugilista.
""Nem me fale de título por
enquanto. Primeiro, deixa o
menino [Alex] terminar as matérias [no curso de direito] da
faculdade. Aí sim, no próximo
ano, dá para ele se dedicar por
inteiro como um combate por
título merece", explica Willian
Paiva, manager de Oliveira.
Os termos foram aceitos pelo
promotor norte-americano Arthur Pelullo, que programou
luta não válida por cinturão
mundial, em 27 de novembro,
nos EUA, para o seu pupilo.
Trata-se de uma luta mais
simples, que servirá como ""cartão de apresentação" de Oliveira ao público norte-americano.
É a mesma tática que foi empregada com Popó e Sertão.
Oliveira ecoa a declaração e
preocupação de seu manager,
que abriu mão de sua porcentagem sobre a bolsa do atleta, sobre a questão dos estudos.
""Todo mundo se espanta
quando digo que faço faculdade
de direito, que vou ser advogado. Geralmente acham que faço
educação física. Não é comum
lutador fazer curso superior,
mas estou indo bem, sem tanto
esforço", argumenta Oliveira.
""Minha única nota baixa foi
por causa de uma luta. Não tive
tempo de estudar para a prova
naquele final de semana, estava
muito concentrado para lutar."
""Não dá ainda para negociar
meus contratos, não cheguei a
esta matéria. Mas gosto do curso de direito, tenho tirado notas altas. E nem é preciso me
esforçar muito", brinca Alex,
que reside em Guarulhos (SP).
Já para o ano que vem, sem o
peso dos estudos, Oliveira se
mostra bastante confiante para
eventual duelo com Juanma.
""Ele é alto e veloz como eu,
acho que dará uma boa luta. Já
vi ele treinando, quando estive
em Porto Rico. Contra quem
está lutando? No último combate, defendeu o cinturão da
Organização Mundial de Boxe
contra Rogers Mtagwa, que o
Sertão nocauteou em 2004."
""Não gosto da ideia de Alex
lutar com o Lopez, pois o presidente da OMB [Francisco Valcarcel] também é porto-riquenho. Se for o caso, o Alex pode
baixar de categoria, lutar entre
os galos", aconselha Paiva a
Alex, que jamais perdeu em 16
combates no profissionalismo
e definiu 12 lutas por nocaute.
Além de ter negociado com
Paiva, Antonio Bernardo e Toni
Auad, da equipe de Oliveira, a
Folha apurou que Pelullo visitará o país em breve para anunciar a contratação de Oliveira e
também para tentar fechar
com outros atletas nacionais.
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