São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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FUTEBOL

Messi ou menos


Virtual melhor do mundo de 2009, assim como Kaká em 2007 e Cristiano Ronaldo em 2008, não será unanimidade


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

"O MESSI é espanhol, não é argentino." Ouvi muito isso enquanto estive na Argentina acompanhando a dramática classificação da seleção de Maradona para a Copa. E é apenas uma das muitas mostras de desconfiança dos argentinos no virtual melhor jogador do planeta do ano.
"Ele não canta o hino." "Ele foi cedo para a Espanha." "Ele se esconde no jogo." "Ele não arrisca." "Ele é individualista." "Ele não tem amor à camisa." "Ele não tem personalidade, liderança." "Ele não é o Diego."
Nas eliminatórias, os brasileiros o aplaudiram no Mineirão. Os argentinos, por sua vez, o sacrificaram no final, dão a outros jogadores e ídolos os louros pela classificação suada.
"Não podemos cobrar tanto dele. Ele tem só 22 anos hoje, o Maradona já tinha 25 em 1985 quando já era o número um do mundo", ouvi algo parecido, também mais de uma vez, de alguns de seus fiéis defensores.
Messi voltou para a Europa e participou, sem brilho, da derrota surpreendente do Barcelona para o Rubin Kazan. Isso no momento em que é dado como certo que ele vai ganhar todos os prêmios individuais possíveis [Fifa, Bola de Ouro, FIFPro...] pela atual temporada. Eu participei junto com vários jornalistas especializados da enquete feita pela "Trivela" para apontar os dez principais nomes do futebol mundial em 2009.
Messi ganhou com folga (1.106 pontos contra os 442 do segundo colocado, Cristiano Ronaldo, que não jogou ontem, contundido). Kaká, que não jogou ontem (embora estivesse em campo), foi o terceiro na lista, com 341 pontos. Há três anos, os nomes desses três frequentam as listas de melhores do mundo. Só Messi, o mais jovem, ainda não foi consagrado devidamente, o que deve acontecer nos últimos meses deste ano.
O título da Copa dos Campeões e o protagonismo na nobre liga pesam muito a favor do "argentino", repetindo o que ocorreu com Kaká em 2007 e Cristiano Ronaldo em 2008.
Houve quem colocasse em dúvida a presença desses dois no trono. E haverá agora também quem vá questionar Messi no alto do pódio, em especial na Argentina, curiosamente.

BIELSA OU MAIS
Tinha esquecido de como ele é frasista e sincero. Após naufragar na Copa e ter o contrato renovado em 2002, Marcelo Bielsa soltou: "É o reconhecimento do fracasso". Agora, sem fazer média no Chile: "Nunca uma camisa será mais importante para mim do que a do Newell's." Deve dar nome ao estádio do time.

RUGGERI OU MENOS
"Que felicidade foi ver os brasileiros chorando no campo", disse o ex-zagueiro sobre a Copa de 90.

SORÍN OU MAIS
Dizem na Argentina que ele foi dos que combinaram um empate com o Uruguai na outra eliminatória.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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