São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

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Pan foca holofotes no time masculino

GINÁSTICA ARTÍSTICA Renovação entre homens é maior que entre mulheres, que competem sem estrela

MARCEL MERGUIZO
ENVIADO ESPECIAL A GUADALAJARA

O Pan-Americano de Guadalajara marca nova fase da ginástica artística brasileira. Antes destaque internacional com as moças, o Brasil agora aposta nos rapazes.
No Mundial do Japão, realizado na semana passada, Arthur Zanetti e Diego Hypólito conquistaram, respectivamente, prata e bronze. E ainda carimbaram o passaporte para Londres-2012.
O melhor resultado da equipe feminina foi uma quarta colocação de Jade Barbosa, que, lesionada, não compete em Guadalajara.
"Foi a competição da vida deles. No feminino, não houve renovação, no masculino houve. Eles têm uma equipe boa e jovem, nós vamos ter uma equipe boa em 2016", disse o técnico do time feminino, Ricardo Pereira.
As mulheres competem por medalhas a partir de segunda. Os homens, de terça.
"Estamos em um nova fase, com uma equipe jovem que não briga só por pódio. Vamos [competir] para ganhar ouros", disse Zanetti, 21, favorito ao ouro nas argolas. Diego, 25, luta pelo ouro no salto e no solo. Sérgio Sasaki, 19, nas barras paralelas.
"Elas sempre estiveram na nossa frente, então nos inspiramos nelas e em outras seleções. Nossa equipe é bem completa. Forte em todos os aparelhos", afirmou Zanetti.
Até as ginastas concordam que o ciclo é do masculino.
"Antes, Diego era o atleta que se destacava sozinho. Este ano teve destaque do Diego, do Arthur, da equipe toda. Estou torcendo muito por eles", declara Daniele Hypólito, irmã de Diego e um dos expoentes do time feminino.
No Pan do Rio, em 2007, as meninas ganharam uma medalha a mais, seis a cinco. No entanto, foram um ouro, uma prata e quatro bronzes, contra três ouros, uma prata e um bronze no masculino.
O único título delas foi com Jade Barbosa, no salto. Justamente a ginasta que desfalca a seleção em Guadalajara.
"Eles têm chance de se sair melhor, principalmente porque a gente está sem a Jade, nossa melhor ginasta", disse o técnico Pereira, que cobrou renovação na equipe, que aposta em Daniele e em Daiane dos Santos, já veteranas.
Ambas competiram no Pan de Winnipeg-1999. Depois, Daiane foi ouro no Mundial de Anaheim-2003, e Daniele, prata no de Gent-2001.
Os melhores resultados no masculino, entretanto, não são um reflexo de mudança no rumo dos investimentos.
Ouro na Universídade, neste ano, Zanetti não tem bolsa-atleta nem patrocínio. Ele recebe um salário da Prefeitura de São Caetano, onde compete, e da Caixa, via confederação de ginástica.
"A estrutura precisa melhorar muito ainda. Em São Caetano falta até aparelho. Está complicado mesmo."



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