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FUTEBOL
Promoções e preço baixo fazem número de fãs não-pagantes disparar
Contra descenso, Grêmio abre portões do Olímpico
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Até a pé onde o Grêmio estiver,
e melhor ainda com uma promoção. É assim, com a força da torcida, que o tradicional clube gaúcho
quer fugir do rebaixamento à segunda divisão do Brasileiro.
Com uma série de promoções e
cobrando verdadeiras pechinchas
por um ingresso, o Grêmio levou
no segundo turno para o estádio
Olímpico, onde enfrenta hoje o
Vasco, um número de torcedores
não-pagantes quase igual ao dos
que colocaram a mão no bolso.
Em média, 10.794 gremistas por
partida acompanharam as partidas caseiras da equipe na segunda
parte do Nacional sem gastar um
tostão. Pelo último balanço divulgado pela CBF, o número de pagantes por confronto do campeonato não supera os 10 mil.
A marca dos "sem-ingresso"
gremistas no segundo turno é
maior do que a média geral de 16
agremiações no Brasileiro.
A divisão entre entradas pagas e
gratuitas no Grêmio é mínima.
No segundo turno, o clube tem
média de 12.075 pagantes por jogo. Assim, os que entraram de
graça representam 89% daqueles
que precisaram pagar. Na maioria
esmagadora dos casos, essa proporção não bate nos 20% em outros times da elite.
Hoje, contra o Vasco, a diretoria
gremista vai repetir a estratégia
das últimas rodadas para encher
seu estádio. Quem comprar um
ingresso para qualquer setor irá
receber outro de graça. O bilhete
ainda dá direito a um desconto de
50% na compra de uma pizza.
Não bastasse o alto número de
entradas distribuídas gratuitamente e os brindes, o Grêmio ainda cobra pouco de quem paga.
Pelos números da CBF, o preço
médio dos ingressos no estádio
Olímpico no segundo turno não
chega a R$ 7, contra uma média
geral de quase R$ 10.
Longo prazo
A política de abrir os portões do
Olímpico tem duas funções. "Isso
acontece por duas coisas diferentes. Uma pelo momento ruim do
time. A outra é uma campanha de
longo prazo para aflorar o gremismo", diz Paulo César Verardi, superintende de marketing do time.
Até agora, o apoio maciço da
torcida (contando pagantes e
não-pagantes são mais de 22 mil
fãs por partida) não deu resultados tão bons. Em nove jogos no
returno disputados no Olímpico,
o Grêmio venceu só duas vezes.
Quando o time sair da crise
atual, a diretoria pretende acabar
com a política atual de preços. Já
parcerias como as da pizza e outras em gestação serão mantidas.
"Queremos agregar valor ao ingresso", explica Verardi.
Além do Grêmio, outro clube
que corre risco de rebaixamento
vem enchendo seu estádio, mas
sem pechincha. O Fortaleza lidera
a bilheteria do Nacional, com média de 23.472 pagantes por jogo. O
clube entretanto, cobra, em média, mais de R$ 9 por bilhete.
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