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Brasil avança, mas não tira foco da França no Mundial de vôlei
Time bate Austrália, e Bernardinho se preocupa com a cabeça dos jogadores
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sentimentos de frustração e raiva são tão intensos que
até o exigente Bernardinho colocou o pé no freio.
Missão cumprida ontem
após a vitória sobre a Austrália,
que deu ao time vaga na segunda fase do Mundial do Japão, o
treinador afirmou que sua
preocupação a partir de agora é
com a cabeça dos jogadores.
A derrota para a França, no
domingo, deixou a equipe em
situação complicada no torneio
e ainda ecoa no elenco.
Nesta madrugada, os brasileiros enfrentariam a Alemanha pela liderança do Grupo B.
Uma derrota, porém, poderia
praticamente colocar fim às
chances de classificação à semifinal, já que as seleções carregam para a segunda fase os resultados obtidos na primeira.
Se cair de agora em diante, o
Brasil passa a depender também do desempenho de outros
times para buscar o título.
"Estou tentando não botar
muita pressão neles. A pressão
já está aí. Todos esperamos
mais de nós mesmos. Ficamos
frustrados com o resultado da
partida contra a França", declarou Bernardinho.
O treinador apontou mais
um complicador para o caminho da seleção no Mundial. Segundo ele, os jogos às 14h (3h de
Brasília) atrapalham.
No Mundial feminino, José
Roberto Guimarães também
criticou o horário das partidas.
Suas jogadoras sentiram falta
do descanso à tarde na campanha da medalha de prata. O time almoçava às 11h30 e treinava no começo da noite.
"Não dá para treinar jogando
às 14h. Temos de manter o foco,
ter mais concentração e trabalhar mais a parte mental. Os jogadores precisam pensar como
eles podem fazer as coisas melhor. Temos de conversar, pensar, ver e trabalhar.
E vamos
treinando nos próprios jogos",
afirmou Bernardinho.
Contra a Austrália, a equipe
jogou bem, mas ainda sofreu
com falhas nos contra-ataques.
Mesmo assim, marcou 3 sets a
0 (25/19, 25/19 e 25/23) em
uma hora e sete minutos, sem
muita dificuldade.
"A Austrália botou pressão
na gente e controlou os contra-ataques. Ainda não jogamos
100%, e os jogadores estão
conscientes disso. Mas o importante é que entraram com
seriedade, revoltando-se com
os erros", disse Bernardinho.
Os brasileiros erraram menos que os adversários (22 a 27)
e foram superiores no ataque
(37 a 29) e no bloqueio (7 a 5).
Só não anotaram mais pontos
de saque (5 a 4).
Mas nem a facilidade, que fez
Bernardinho colocar os reservas no terceiro set, mudou o foco do discurso dos jogadores.
"Tomamos um tapa na cara
com a derrota para a França,
mas soubemos reagir de forma
positiva", disse Escadinha.
"Toda a equipe preferia pegar a França de novo hoje [ontem]. Ainda estão entalados na
garganta", esbravejou Gustavo.
O Brasil já passou por situações semelhantes, como no
Mundial-2002 e na Liga Mundial deste ano. E as derrotas impulsionaram os jogadores ao título. É o que tentarão fazer de
novo. Mas, desta vez, esperam
ter um gostinho especial.
"No futuro, espero agradecer
à França por ter nos dado mais
vontade de ganhar, como agradeci à Bulgária [na Liga]. Quero
enfrentar os franceses na final", sentenciou Giba.
BRASIL - Ricardinho (1 ponto), André Heller
(10), Gustavo (7), Giba (8), Dante (3), André
Nascimento (6), Escadinha; Marcelinho, Anderson (1), Samuel Fuchs (5), Rodrigão (1);
AUSTRÁLIA - Howard (13), Hardy (7), Campbell, Yudin (5), Carroll (10), Alderman (3), DeSalvo; Grant, Panagopka (1)
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