|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Ponto de desequilíbrio
HOUVE DOIS times distintos do Corinthians no Barradão. O primeiro cadenciou e
tirou a velocidade do jogo,
ritmo necessário para proteger a defesa e ameaçar o rival. Foi assim enquanto Ronaldo esteve em campo.
Não foi só a ausência de
Ronaldo que mudou a partida. Havia o calor, o cansaço. Mas ficou mais difícil
prender o Vitória em seu
campo sem o centroavante
que domina, vira e faz lançamento, como o que deixou Danilo na frente do gol.
Houve dez times diferentes do Fluminense nas dez
últimas rodadas. A formação contra o São Paulo foi a
décima diferente desde o
empate com o Prudente (1 a
1). Em vez do 3-5-2 do primeiro turno ou do 4-2-3-1
dos últimos três jogos, Muricy escalou dois meias e
dois atacantes. Pela primeira vez, dois centroavantes.
Enquanto se discutiu se o
São Paulo entregaria o jogo
-só perdeu sem Xandão e
Richarlyson, expulsos- e a
arbitragem de Sandro Ricci,
pouca gente citou que, em
nove jogos, o Flu só tinha
vencido um. Empates contra Prudente, Botafogo,
Atlético-PR, Inter, Vasco, e
Goiás. Derrotas para Santos e Cruzeiro. Triunfo apenas contra o Grêmio.
A segunda vitória em dez
jogos faz do Flu o líder pela
21ª rodada. Merece.
O que decide o Nacional
não é a suposição de entrega do São Paulo, que mostrou disposição de atletas
como Jean, autor do passe
para o gol de Lucas Gaúcho.
Não são as arbitragens,
nem a de Sandro Ricci, nem
a de Carlos Eugênio Simon,
que anotou pênalti que houve, no toque de mão de Ralf.
Além da ausência de Ronaldo, o fator de desequilíbrio foi Conca. O melhor jogador do Brasileirão teve
atuações médias nos últimos jogos. Sua participação nos quatro gols devolve
a noção mais sóbria de que
seu talento é mais decisivo
do que qualquer outro fator.
QUE PAÍS É ESSE?
É clichê dizer que a corrupção não começa no Congresso. Começa no cidadão que
fura fila e não paga imposto.
O país que discute a idoneidade dos juízes e suspeita de
entrega de jogos para atrapalhar rivais é o mesmo que tem
cidadãos com faixas de "Entrega!" ou "Quem será o novo
Grafite?". Se você acha que o
São Paulo entregou, sem considerar as expulsões, fazer o
quê? Prefiro o Engenhão, onde o Inter ajudou o Grêmio.
Texto Anterior: Elias toma terceiro amarelo e vira baixa Próximo Texto: Corinthians agora detona arbitragem Índice | Comunicar Erros
|