SÉRIE A
Para Tite e jogadores, juiz foi influenciado por repercussão de pênalti marcado contra o Cruzeiro

DO ENVIADO A SALVADOR

Há uma semana, em São Paulo, o técnico Tite saiu em defesa de Sandro Meira Ricci, o árbitro que assinalou o pênalti que definiu a vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro.
Ontem, em Salvador, o treinador detonou Carlos Eugênio Simon por causa de outro pênalti polêmico, agora contra o Corinthians.
"O Simon errou", decretou Tite, depois de fazer um discurso sobre como o árbitro gaúcho entrou "influenciado" para apitar ontem.
"Eu fico chateado, não pela arbitragem, mas por tudo o que eles sofrem", começou a discursar o técnico do Corinthians. "É algo desumano até para o maior árbitro do Brasil, com três Copas do Mundo. É muito forte", disse Tite.
E continuou: "Não existe ser humano que, mesmo inconscientemente, não fique exposto a tamanha pressão. A bola bate na perna do Ralf e, depois, na mão. Eu lamento, é um baita de um árbitro que eu admiro muito."
Tite citou até 2005, ano em que o Campeonato Brasileiro teve 11 jogos anulados (e disputados de novo) por causa de um escândalo de armação de resultados. O Corinthians ganhou aquele título.
"Aquilo foi totalmente diferente, não temos que misturar as coisas", disse Tite.

REPERCUSSÃO
O volante Ralf, pivô do lance que gerou todas as reclamações do Corinthians, admitiu que a bola acabou batendo na mão dele.
"Eu falei para o Simon que não foi pênalti, que a bola só raspou no meu braço", afirmou o camisa 5, que já tinha recebido cartão amarelo quando ocorreu o lance.
"Tem lances que são para cartão, e outros, não", afirmou Carlos Eugênio Simon sobre o lance do pênalti.
O árbitro foi questionado sobre as declarações de Tite, mas não quis responder.
Os jogadores corintianos reclamaram pelo mesmo motivo do técnico do time -a repercussão exagerada do caso Sandro Meira Ricci.
"Quero ver se agora vão passar a semana inteira falando", queixou-se Elias.
Na rodada anterior, inconformado, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, xingou Ricci e chamou de "safado" o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva.
"Agora, a gente também pode reclamar", completou Elias. (MARTÍN FERNANDEZ)


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