São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 |
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TOSTÃO A realidade é outra
A INTER de Milão, mesmo jogando mal, como tem feito no Italiano -é a sétima colocada-, venceu com facilidade os dois jogos no Mundial de Clubes. Após a derrota do Inter brasileiro para o Mazembe, ouvi, um milhão de vezes, que foi uma das maiores zebras do futebol, que o Inter desprezou o adversário e que o técnico Celso Roth errou na escalação e nas substituições. Para a maioria, técnico é sempre ótimo na vitória e sempre ruim na derrota. Escutei também muitos elogios ao fraquíssimo time africano, além de outras explicações para a derrota, as de sempre, quando um time melhor perde para um pior. Apenas não escutei que o Inter, mesmo no nível das melhores equipes brasileiras, não tem um craque, no rigor que a palavra merece. Possui vários bons jogadores e outros medianos. Antes do Mundial, a maioria exaltava o Inter, outros times brasileiros e o Campeonato Nacional, porque queria valorizar o produto, aumentar a audiência dos programas esportivos e vender mais pacotes de pay-per-view. Outros exaltavam porque confundem jogo emocionante e equilibrado com qualidade técnica. Alguns elogiavam pelos dois motivos. E há também os que não perderam o senso crítico e que não fazem parte da turma do oba- -oba. É a minoria. Apesar de os times brasileiros pagarem muito melhor e contratarem muito mais jogadores bons, caros e famosos, não há diferença técnica entre eles e os principais adversários sul-americanos. Fora a conquista do Inter na Libertadores deste ano, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro foram derrotados nas três edições anteriores. O Brasil perdeu para a Argentina na última Olimpíada e, na anterior, nem se classificou, mesmo com Robinho, Diego e Nilmar. No último Mundial sub-17, a seleção, com Philippe Coutinho e Neymar, levou um show, acredite se quiser, da Suíça. O Brasil perdeu os três últimos Mundiais sub-17 e sub-20. Nas duas últimas Copas do Mundo, o Brasil foi eliminado nas quartas de final. O Brasil também ganhou vários títulos. Ganha e perde, com frequência. Deixamos de ser sempre os favoritos. A antiga diferença entre o futebol europeu, com muita força e jogadores altos e fortes, e o brasileiro, com muita fantasia, habilidade e criatividade, não existe há muito tempo. O Brasil perdeu seu estilo diferente e bonito de jogar. Está tudo igual. Não sou pessimista. É a realidade, que a maioria não vê ou finge não ver. Texto Anterior: Mercado: Iarley acerta ida para o Ceará Próximo Texto: Valdivia não sai do Palmeiras de jeito nenhum, afirma diretoria Índice | Comunicar Erros |
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