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BOXE
Irmãos gêmeos
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
No pugilismo já houve diversos casos de irmãos campeões, alguns até simultaneamente. Hoje mesmo há os gigantes ucranianos Vitali e Wladimir
Klitshko, que buscam os cinturões
dos pesos-pesados.
Porém nunca houve gêmeos.
É isso que os brasileiros Rodrigo
e Rogério Nogueira terão a chance de tentar no vale-tudo este ano,
conforme garante cláusula no
contrato deste último, segundo o
próprio informou a esta coluna.
Rodrigo "Minotauro", 28, é
campeão dos pesados do Pride,
um dos dois mais prestigiosos torneios de vale-tudo ao lado do Ultimate Fighting Championship.
Mas Minotauro e Minotouro
não querem se pegar em uma luta, mesmo que seja por título.
Primeiro, claro, porque são irmãos. Segundo, porque crêem
que um combate entre ambos teria cara de armação. Como o próprio Minotauro coloca, "não seria
uma luta de verdade, apesar de
que quando fazemos sparring
[treinamento com contato] o pau
come. Ele é meu pior sparring."
E terceiro porque, mesmo que
quisessem lutar para valer, como
se conhecem bem, o resultado seria um combate muito travado.
Felizmente para ambos, apesar
de serem gêmeos, a estrutura física de Minotauro, o primeiro a fazer sucesso, é mais privilegiada.
Ele tem 1,90 m e 102 kg. Minotouro é um pouco mais baixo, mede 1,88 m e pesa 98 kg. Porém com
um pouco de boa vontade, consegue baixar o peso para 93 kg.
"É mais fácil eu descer para 93
kg do que ter de subir para 100 kg
e pegar uns caras de 120 kg", reflete o lutador, cujo peso vinha flutuando entre as duas categorias.
Ele lutou como médio, embora
de forma involuntária, em sua última luta, no final de dezembro.
Minotouro apresentou-se três
dias antes do combate como peso-pesado, com 100 kg. Alega que
ninguém havia avisado que pegaria Sakuraba no limite dos médios, como exigiam os japoneses.
Após ser informado, quando
chegou ao quarto no hotel, já encontrou uma roupa de plástico
sobre a cama. Para fazer muito
exercício, suar e perder peso.
Apesar do desgaste, derrotou
Sakuraba na luta de fundo do
Pride Shockwave 2003 (programação exibida pelo Premiere).
Ao negociar seu novo contrato
em janeiro, Rogério e Pride fecharam em três lutas, com uma pelo
título dos médios. "É inevitável eu
disputar o título este ano. O dono
do Pride, o [Nobuyuki] Sakakibara veio para o vestiário depois da
luta me dizer isso", conta ele.
Minotouro planeja desafiar pelo cinturão na segunda luta de
seu novo contrato -a primeira
delas, em abril, deve ser um combate preparatório. Mas a seguir
deve vir uma "guerra civil", pois
outro brasileiro, Wanderlei Silva,
é o atual campeão dos médios.
Minotouro já imagina como seria um combate com Wanderlei.
"Ele é bom na troca, pega duro.
Teria de ser uma luta bastante estudada, trabalhando na distância e, se levá-lo para o chão, tenho
boas chances de finalizar", diz.
Mas no fim, é o irmão mais famoso, Minotauro, que sonha com
tal feito. "A gente tá fechado com
esse objetivo. Já pensou, ter os dois
cinturões em casa?", pergunta.
Na telinha 1
Por várias vezes protagonista de "Lutas do Ano", o canadense Arturo
Gatti disputa na madrugada de domingo o cinturão dos meio-médios-ligeiros do CMB contra o italiano Gianluca Branco. O canal
HBO Plus anuncia a transmissão do combate para a 1h de domingo.
Na telinha 2
Meu ex-rival Marcus "Taysinho" Porto (que tem o apoio da Animal
Bodybuilding e da Conduct) pega amanhã Wellington Vicente, que
já disputou o cinturão da FIB. A Bandports exibe a partir das 20h.
Na revista
Popó subiu esta semana um posto no ranking independente dos leves da revista "The Ring". Agora é o quinto melhor leve do mundo.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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