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OLIMPÍADA
Segundo o diário "De Telegraaf", o ex-presidente da Fifa teria recebido benesses de comitê de candidatura
Jornal liga João Havelange a escândalo
da Reportagem Local
O jornal "De Telegraaf", principal diário holandês, acusou o brasileiro João Havelange, ex-presidente da Fifa e há 39 anos membro
do COI (Comitê Olímpico Internacional), de ter aceitado "regalias
especiais" do comitê que gerenciou a candidatura de Amsterdã a
sede dos Jogos Olímpicos de 92.
De acordo com o "De Telegraaf",
Havelange, de 83 anos e por 24 presidente da Fifa, seria apenas um
"dos muitos membros do COI"
que aceitaram as benesses do comitê holandês, oferecidas ainda
em 1986. A lista de regalias incluiria visitas a clubes noturnos, presentes como diamantes para esposas dos membros do COI, televisores, câmaras de vídeo e bicicletas.
O jornal não especifica que presentes Havelange teria aceito. Os
gastos na investida pelos votos do
comitê teriam chegado à cifra de
US$ 6,5 milhões. O COI proíbe
seus membros de receberem presentes acima de US$ 150.
O responsável por atender os votantes seria Pieter Kronenberg, então chefe do serviço de imprensa
do comitê holandês. "Havia desejos bem específicos", disse Kronenberg, em entrevista ao diário.
João Havelange é o único brasileiro com direito a voto entre os 114
membros do comitê -dos quais
dois já apresentaram sua renúncia.
A Folha procurou o ex-presidente da Fifa ontem, no Rio, mas sua
secretária informou que ele estava
em viagem ao exterior.
As suspeitas de irregularidades
na frustrada candidatura holandesa -foi preterida por Barcelona,
na Espanha- seguem o escândalo
envolvendo membros do COI na
escolha de Salt Lake City, nos EUA,
para abrigar os Jogos de Inverno
de 2002.
Derrotada em duas oportunidades, por Albertville (França) e Nagano (Japão), a cidade norte-americana é acusada de ter preparado
um "pacote" com presentes que
iam de empregos e bolsas de estudos para familiares de membros
do COI a armas (até o espanhol
Juan Samaranch, apesar de não votar, teria sido agraciado) e pagamento de serviços sexuais.
Amanhã, o canadense Richard
Pound, vice-presidente da entidade e responsável pela investigação
das supostas irregularidades, apresentará seu relatório. Pelo menos
13 membros do COI são considerados suspeitos (leia texto acima).
Ele deve sugerir a expulsão de alguns dos acusados de suborno e
propor mudanças no método de
escolha das sedes.
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Explicações
Goro Yoshimura, governador de
Nagano, sede dos últimos Jogos de
Inverno, disse ontem que está
pronto a ajudar o Comitê Olímpico Internacional na apuração de
fraude na candidatura da cidade.
"Não fizemos nada de errado.
Provar isso será extremamente fácil para nós", disse Yoshimura.
Membros do comitê local são
acusados de queimarem documentos que comprovariam irregularidades na candidatura.
"A perda desses papéis não é
problema, porque as informações
estão na memória de todos os envolvidos", afirmou o governador.
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Com agências internacionais e a Sucursal do Rio
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