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FUTEBOL
Clube não deve ser punido pelos incidentes na partida contra o Botafogo
Desequilíbrio emocional fez Santos cair, diz Geninho
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
LUÍS SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL
O desequilíbrio emocional foi o
fator determinante da desclassificação do Santos no Torneio Rio-São Paulo com a derrota, por 1 a 0,
para o Botafogo, anteontem, na
Vila Belmiro. Essa é a avaliação do
técnico santista, Geninho.
Ontem, durante a reapresentação do elenco, o treinador discutiu o assunto em reunião de cerca
de 40 minutos com os jogadores
em um dos gramados do CT (centro de treinamento) do clube.
Para Geninho, o abalo emocional prejudicou o desempenho do
time, dominado pela equipe carioca durante a maior parte do jogo. "Muitos sentiram bastante o
lado emocional e, por isso, infelizmente, não fizemos um jogo
consciente, capaz de nos levar à
vitória", declarou.
Segundo Geninho, o nervosismo aumentou depois que o juiz
carioca Amaurilio Marcharetti
Saleão não anotou um pênalti
muito reclamado pelos santistas
sobre o volante Renatinho. "Senti
o time muito abalado no intervalo. Todo mundo estava preocupado demais com a arbitragem."
No final da partida, jogadores
do Santos foram tirar satisfações
com o juiz. O goleiro Fábio Costa
teve de ser contido enquanto gritava ladrão e apontava o dedo indicador para o rosto do juiz.
Também entre os dirigentes, a
responsabilidade pela desclassificação foi atribuída ao juiz. A principal queixa foi o suposto pênalti
não marcado no primeiro tempo.
"Ele alegou que eu fiz falta no
Augusto (lateral do Botafogo),
mas fui eu quem recebeu a falta
porque ia fazer o gol, e o goleiro
puxou a minha perna", disse Renatinho. "Foi uma cariocada,
uma manobra. O que vimos foi
um árbitro tendencioso", disse o
presidente Marcelo Teixeira.
A atuação do juiz também provocou revolta entre torcedores,
que invadiram o campo após o
gol do Botafogo, marcado aos
44min do segundo tempo, para
tentar agredir o juiz.
Durante a partida, a torcida santista ainda atirou objetos no gramado e, ao deixar o estádio, torcedores do setor das cadeiras cativas
fizeram ameaças à equipe da TV
Globo, que transmitia o jogo. Alguns deles tentaram arrancar os
fios de transmissão e danificar
equipamentos da emissora.
Antes da partida de anteontem,
o Botafogo tentou transferir o jogo para o estádio do Morumbi,
mas não conseguiu.
Contudo, apesar dos incidentes
ocorridos na Vila Belmiro, o time
do Santos não deverá sofrer punições, ao menos neste ano.
Segundo Carlos Silva, secretário
do Tribunal de Justiça Desportiva
paulista, o Código Brasileiro Disciplinar do Futebol diz que o clube só pode ser punido na mesma
competição em que ocorreram os
incidentes. Assim, somente no
Rio-São Paulo de 2002 o Santos
pode perder o mando de jogo.
Neste ano, a equipe deve fazer
partidas oficiais pela Copa do
Brasil e pelo Brasileiro na Vila Belmiro. Pelo Estadual, o Santos não
fará mais jogos em casa.
Treino em Limeira
Por causa da expectativa de rodovias muito movimentadas devido ao feriado de Carnaval, o time não vai treinar hoje em Santos
para a partida de amanhã, contra
o União São João, em Araras, pelo
Paulista. A delegação vai deixar o
CT do Santos pela manhã. À tarde, haverá treinamento no estádio
Limeirão, em Limeira.
O Santos é líder do Paulista,
com 12 pontos. Para Geninho, a
partida de amanhã vai indicar a
dimensão do impacto que a desclassificação no Rio-São Paulo
provocou no time.
"Nesse jogo, contra um time
embalado, que vem de uma goleada de 7 a 2 sobre a Portuguesa
Santista, nós vamos ter a noção
exata de como a equipe vai reagir
depois desse resultado negativo."
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