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Interior naufraga com parceiros ou terceirizados
Maioria dos clubes da região repassa administração de seus times para empresas ou ex-ídolos, como fez o Mogi Mirim
Nem com sócios ricos e famosos, como a Traffic (Ituano) e Pelé (Paulista), clubes conseguem se destacar no Paulista-09
DA REPORTAGEM LOCAL
Os clubes do interior que
naufragam no Paulista-09 têm
modelos de administração bem
diferentes do tempo em que a
região ameaçava a capital.
A maioria dos 12 times interioranos na atual edição do Estadual terceirizou, de diferentes formas, seus departamentos de futebol, fez parcerias para tocar suas equipes ou simplesmente tem um dono. Isso
acontece com o Mirassol, o
Ituano, o Oeste, o Guaratinguetá, o Noroeste, o Paulista, o Marília e o Mogi Mirim.
Mesmo quem tem padrinhos
ricos ou famosos cambaleia.
O Ituano é administrado desde o ano passado pela Traffic, a
mesma empresa que banca os
principais reforços do Palmeiras. Até agora nada de resultados expressivos -o time terminou o Paulista-08 em 11º, a
mesma posição que ocupa agora. Na Série C do Nacional, não
passou da segunda fase.
O Paulista de Jundiaí sonhava dar um passo à frente depois
que fechou parceria com Pelé e
o Banco Fator, em um projeto
que levava a assinatura do ex-
-jogador e visava revelar jogadores para depois vendê-los para clubes do exterior.
Mas pouca coisa saiu do papel, e o clube passa por séria
crise financeira e esportiva. No
Estadual, é só o 14º colocado.
Em 2007, quando a parceria foi
lançada, o clube estava na segunda divisão do Brasileiro.
Agora, nem vaga garantida para
a quarta divisão tem.
Para voltar aos bons tempos,
o Mogi Mirim entregou seu futebol para o pentacampeão
mundial Rivaldo, revelado pela
equipe. Só que o meia-atacante
segue jogando no distante Uzbequistão. Ele indicou então
um representante e os ex-colegas do Palmeiras César Sampaio e Cléber para administrarem o futebol do Mogi.
Mas nada dá certo por lá. O
time é o penúltimo do Paulista.
Rivaldo também não mostrou
paciência com Gélson Silva,
treinador demitido depois de
apenas cinco rodadas.
O Guaratinguetá é um exemplo de que, quando um clube vira empresa, o lucro vem quase
sempre antes do que acontece
dentro do gramado.
A equipe do Vale do Paraíba
pertence a uma empresa chamada Sony Sports. No ano passado, foi a grande surpresa do
Paulista, quando terminou a fase de classificação em primeiro
lugar e só caiu nas semifinais,
diante da Ponte Preta.
Valorizados pela boa performance em 2008, os jogadores
do Guaratinguetá foram logo
negociados pela Sony Sports.
Enfraquecido, o time pena nesta temporada -depois de perder para o Corinthians anteontem, o clube caiu para a 13ª posição, com somente duas vitórias em nove rodadas.
Clubes com pouca tradição
na primeira divisão do Paulista,
Oeste e Mirassol tiveram seus
elencos montados basicamente
com o dinheiro de parceiros.
(PAULO COBOS)
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