São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Interior naufraga com parceiros ou terceirizados

Maioria dos clubes da região repassa administração de seus times para empresas ou ex-ídolos, como fez o Mogi Mirim

Nem com sócios ricos e famosos, como a Traffic (Ituano) e Pelé (Paulista), clubes conseguem se destacar no Paulista-09


DA REPORTAGEM LOCAL

Os clubes do interior que naufragam no Paulista-09 têm modelos de administração bem diferentes do tempo em que a região ameaçava a capital.
A maioria dos 12 times interioranos na atual edição do Estadual terceirizou, de diferentes formas, seus departamentos de futebol, fez parcerias para tocar suas equipes ou simplesmente tem um dono. Isso acontece com o Mirassol, o Ituano, o Oeste, o Guaratinguetá, o Noroeste, o Paulista, o Marília e o Mogi Mirim.
Mesmo quem tem padrinhos ricos ou famosos cambaleia.
O Ituano é administrado desde o ano passado pela Traffic, a mesma empresa que banca os principais reforços do Palmeiras. Até agora nada de resultados expressivos -o time terminou o Paulista-08 em 11º, a mesma posição que ocupa agora. Na Série C do Nacional, não passou da segunda fase.
O Paulista de Jundiaí sonhava dar um passo à frente depois que fechou parceria com Pelé e o Banco Fator, em um projeto que levava a assinatura do ex- -jogador e visava revelar jogadores para depois vendê-los para clubes do exterior.
Mas pouca coisa saiu do papel, e o clube passa por séria crise financeira e esportiva. No Estadual, é só o 14º colocado. Em 2007, quando a parceria foi lançada, o clube estava na segunda divisão do Brasileiro. Agora, nem vaga garantida para a quarta divisão tem.
Para voltar aos bons tempos, o Mogi Mirim entregou seu futebol para o pentacampeão mundial Rivaldo, revelado pela equipe. Só que o meia-atacante segue jogando no distante Uzbequistão. Ele indicou então um representante e os ex-colegas do Palmeiras César Sampaio e Cléber para administrarem o futebol do Mogi.
Mas nada dá certo por lá. O time é o penúltimo do Paulista. Rivaldo também não mostrou paciência com Gélson Silva, treinador demitido depois de apenas cinco rodadas.
O Guaratinguetá é um exemplo de que, quando um clube vira empresa, o lucro vem quase sempre antes do que acontece dentro do gramado.
A equipe do Vale do Paraíba pertence a uma empresa chamada Sony Sports. No ano passado, foi a grande surpresa do Paulista, quando terminou a fase de classificação em primeiro lugar e só caiu nas semifinais, diante da Ponte Preta.
Valorizados pela boa performance em 2008, os jogadores do Guaratinguetá foram logo negociados pela Sony Sports. Enfraquecido, o time pena nesta temporada -depois de perder para o Corinthians anteontem, o clube caiu para a 13ª posição, com somente duas vitórias em nove rodadas.
Clubes com pouca tradição na primeira divisão do Paulista, Oeste e Mirassol tiveram seus elencos montados basicamente com o dinheiro de parceiros. (PAULO COBOS)


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