São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O fantasma da Libertadores

A CLÁUSULA mais divulgada do contrato de Carlos Bianchi com o Boca Juniors é simples: em caso de demissão de treinador, ele não pode assumir o cargo. Bianchi, o recordista de títulos de Libertadores como treinador, agora é diretor técnico do Boca. Uma espécie de manager, responsável pelo planejamento estratégico da equipe mais vencedora na América do Sul nesta década.
À parte assumir o posto que interessa a mais da metade dos técnicos brasileiros veteranos -Luxemburgo e Leão já afirmaram algumas vezes ter a ideia de se transformarem em managers-, a presença de Bianchi desperta a pergunta sobre até que ponto um cargo assim ajuda um time a ganhar jogos e taças.
Se técnico ganha campeonato ou não é uma discussão encerrada na casa amarela, a sede boquense. Bianchi ganhou a Libertadores em 2000 e 2001. Deixou o cargo para o uruguaio Oscar Tabares, experiente por dirigir a seleção uruguaia e o Milan. O Boca caiu nas quartas-de-final de 2002. Bianchi voltou e ganhou a Libertadores de 2003, chegou à final de 2004. Então foi embora e o Boca passou dois anos de amargura. Embora tenha vencido com Miguel Angel Russo a decisão contra o Grêmio em 2007, essa vitória foi atribuída a Riquelme, lançado na equipe em 1998 por Bianchi.
Quem pode vencer a Libertadores-2009? A lista passa pelos brasileiros, especialmente São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro, o que estreou com resultado mais empolgante. Procurar outros candidatos pela América do Sul vale a pena, principalmente um ano depois da surpreendente campanha da LDU, campeã sob o comando do técnico argentino Edgardo Bauza.
A LDU não se encontrou com o Boca porque este foi eliminado pelo Fluminense. Era o Boca de Carlos Ischia, que segue treinador e chegou à semifinal em seus tempos de jogador do Vélez. Ischia foi mantido no posto porque ganhou o Apertura. Mas muito em função do acordo para ter Bianchi como seu consultor.
Ganhar a Libertadores é seu desafio e ameaça para os brasileiros este ano. A questão é até que ponto o planejamento de um diretor técnico ajuda a traçar o caminho para ganhar pela sétima vez o título mais importante da América.

RONALDO x IBRA
Cristiano Ronaldo marcou cinco gols em seus últimos seis jogos. Enfrenta o sueco Ibrahimovic amanhã, em Milão, no jogo de ida das oitavas-de-final. Ronaldo luta contra o tabu de o campeão da Copa dos Campeões não superar as oitavas no ano seguinte. É assim desde que o Porto foi campeão em 2004.

PELO MEIO, NÃO
Uma das vantagens do Palmeiras de hoje é poder ter três ou dois atacantes dependendo do jogo e com os mesmos jogadores. É só recuar Diego Souza e o time passa a jogar com cinco no meio. Contra a Portuguesa, não funcionou. Estático e por dentro, Diego Souza morreu na marcação rival.

CARROSSEL TORTO
O Botafogo, quando dirigido por Cuca, tinha o mérito de confundir seus rivais com deslocamentos rápidos e contínuos. Hoje, os movimentos só confundem o próprio time. O Flamengo, contra o Resende, jogou mal antes mesmo de ter Aírton e Fábio Luciano expulsos. O Botafogo, de Ney Franco, algoz de Cuca no Estadual de 2007, é mais calmo e envolvente. Parece mais forte para vencer o Fluminense na semifinal de quarta e decidir a Taça Guanabara.



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