|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O fantasma da Libertadores
A CLÁUSULA mais divulgada do contrato
de Carlos Bianchi com
o Boca Juniors é simples: em
caso de demissão de treinador, ele não pode assumir o
cargo. Bianchi, o recordista de
títulos de Libertadores como
treinador, agora é diretor técnico do Boca. Uma espécie de
manager, responsável pelo
planejamento estratégico da
equipe mais vencedora na
América do Sul nesta década.
À parte assumir o posto que
interessa a mais da metade
dos técnicos brasileiros veteranos -Luxemburgo e Leão
já afirmaram algumas vezes
ter a ideia de se transformarem em managers-, a presença de Bianchi desperta a pergunta sobre até que ponto um
cargo assim ajuda um time a
ganhar jogos e taças.
Se técnico ganha campeonato ou não é uma discussão
encerrada na casa amarela, a
sede boquense. Bianchi ganhou a Libertadores em 2000
e 2001. Deixou o cargo para o
uruguaio Oscar Tabares, experiente por dirigir a seleção
uruguaia e o Milan. O Boca
caiu nas quartas-de-final de
2002. Bianchi voltou e ganhou a Libertadores de 2003,
chegou à final de 2004. Então
foi embora e o Boca passou
dois anos de amargura. Embora tenha vencido com Miguel Angel Russo a decisão
contra o Grêmio em 2007, essa vitória foi atribuída a Riquelme, lançado na equipe
em 1998 por Bianchi.
Quem pode vencer a Libertadores-2009? A lista passa
pelos brasileiros, especialmente São Paulo, Palmeiras e
Cruzeiro, o que estreou com
resultado mais empolgante.
Procurar outros candidatos
pela América do Sul vale a pena, principalmente um ano
depois da surpreendente
campanha da LDU, campeã
sob o comando do técnico argentino Edgardo Bauza.
A LDU não se encontrou
com o Boca porque este foi
eliminado pelo Fluminense.
Era o Boca de Carlos Ischia,
que segue treinador e chegou
à semifinal em seus tempos de
jogador do Vélez. Ischia foi
mantido no posto porque ganhou o Apertura. Mas muito
em função do acordo para ter
Bianchi como seu consultor.
Ganhar a Libertadores é
seu desafio e ameaça para os
brasileiros este ano. A questão
é até que ponto o planejamento de um diretor técnico ajuda
a traçar o caminho para ganhar pela sétima vez o título
mais importante da América.
RONALDO x IBRA
Cristiano Ronaldo marcou
cinco gols em seus últimos
seis jogos. Enfrenta o sueco
Ibrahimovic amanhã, em
Milão, no jogo de ida das oitavas-de-final. Ronaldo luta
contra o tabu de o campeão
da Copa dos Campeões não
superar as oitavas no ano seguinte. É assim desde que o
Porto foi campeão em 2004.
PELO MEIO, NÃO
Uma das vantagens do Palmeiras de hoje é poder ter
três ou dois atacantes dependendo do jogo e com os
mesmos jogadores. É só recuar Diego Souza e o time
passa a jogar com cinco no
meio. Contra a Portuguesa,
não funcionou. Estático e
por dentro, Diego Souza
morreu na marcação rival.
CARROSSEL TORTO
O Botafogo, quando dirigido por Cuca, tinha o mérito de
confundir seus rivais com deslocamentos rápidos e contínuos. Hoje, os movimentos só confundem o próprio time.
O Flamengo, contra o Resende, jogou mal antes mesmo de
ter Aírton e Fábio Luciano expulsos. O Botafogo, de Ney
Franco, algoz de Cuca no Estadual de 2007, é mais calmo
e envolvente. Parece mais forte para vencer o Fluminense
na semifinal de quarta e decidir a Taça Guanabara.
Texto Anterior: São Paulo: Muricy afirma que estar entre os 4 é obrigação Próximo Texto: Juca Kfouri: Os grandes dão as cartas Índice
|