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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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FUTEBOL

Time finaliza mais do que o dobro de rival, mas é atrapalhado por zaga

Erros da defesa sabotam renascimento do São Paulo

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Jogadores discutem na confusão que resultou na expulsão de Reinaldo e Kléber, no início do jogo


EDUARDO ARRUDA
LÚCIO RIBEIRO
PAULO GALDIERI
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A defesa são-paulina "sabotou" um time cheio de problemas, mas que desta vez nem de longe mostrou a apatia de outros momentos decisivos nos últimos anos.
Mesmo sem Kaká, que não se recuperou e foi até cortado da seleção que viaja para Portugal, e com Reinaldo, o incumbido de fazer as armações das jogadas, expulso no início, o time fez dois gols e exigiu grandes defesas de Doni, mas sucumbiu novamente diante do Corinthians com erros grosseiros de seus zagueiros.
Mais uma vez com marcação frouxa -foram apenas 97 desarmes (marca pior do que qualquer média do Estadual)-, o time do técnico Oswaldo de Oliveira ainda viu Júlio Santos, no primeiro gol, e Jean, no segundo, falharem.
Com a defesa corintiana também desatenta, a série decisiva de 2003 foi a recordista de gols em uma final de Paulista.
Durante todo o Estadual, a zaga foi um problema são-paulino. Titular absoluto, Jean formou o setor com três jogadores diferentes.
Enquanto na defesa seus atletas se atrapalhavam, no ataque, com Júlio Baptista carregando o time, o São Paulo empatou jogo que parecia perdido e martelou o rival.
Já o Corinthians mostrou mais uma vez que mudou seu estilo em relação à era Parreira. Em todo o jogo de ontem, o time trocou 234 passes. Quando era comandado pelo atual técnico da seleção, a equipe, com frequência, trocava mais de 400 passes.
Mudado, o clube ficou mais objetivo e artilheiro. Nas semifinais e na final, jogando contra seus dois maiores rivais, o Corinthians teve ótima produção ofensiva. Em quatro jogos, foram 12 gols.

Indisciplina
Ontem, após entrarem em campo com faixas de apoio ao projeto Fome Zero e em um estádio repleto de cartazes pedindo paz, São Paulo e Corinthians deram um show de indisciplina no início.
No quarto minuto de jogo, tiveram início os pontapés e agressões. Depois de falta cometida por Fábio Simplício, quase todos os jogadores em campo se desentenderam. Kléber e Reinado foram expulsos. Já Luis Fabiano, o mais exaltado, foi poupado pelo juiz.
Taticamente, a expulsão prejudicou mais o time do Morumbi. Sem Reinaldo e Kaká, o São Paulo pouco criava.
O técnico Oswaldo de Oliveira lamentou a expulsão do atacante: "Mexeu muito [com o time". Como o Reinaldo substituiu o Kaká, havíamos depositado nele muito do que faríamos no jogo".
O Corinthians não desperdiçava o pouco que criava. Aos 21min, justamente na primeira finalização da equipe no confronto, o placar foi aberto. Gil conduziu a bola, tocou para Liedson, que girou em cima de Júlio Santos e bateu rasteiro à esquerda de Rogério.
Depois do placar inaugurado, os dois times pouco fizeram. O São Paulo ficava com a bola no pé na maior parte do tempo, mas, com Luis Fabiano isolado, tinha dificuldades para finalizar e ainda dava espaços para os contra-ataques do Corinthians, que marcou o segundo, aos 48min, novamente com a ajuda da zaga rival.
Rogério lançou do meio-campo, Jean titubeou e perdeu a bola para Liedson, que invadiu a área e cruzou para Jorge Wagner, que chutou duas vezes para marcar.
Logo no início do segundo tempo, o São Paulo não repetiu a apatia na criação e a incompetência nas finalizações e descontou. Aos 4min, Júlio Baptista tocou para Luis Fabiano, que chutou forte e marcou o primeiro de seu time.
Mesmo ainda com grande vantagem, o Corinthians perdeu o controle do jogo e passou a ser pressionado. Antes de três grandes defesas de Doni, o São Paulo, aos 17min, empatou em chute de fora da área de Fabiano, que ainda desviou em Fabinho.
Em meio a uma farta distribuição de cartões amarelos, o São Paulo continuou melhor, mas aos poucos foi perdendo o ímpeto e, novamente com a zaga mal posicionada, levou o gol que selou o título rival, aos 44min, depois que Liedson escorou a bola para Jorge Wagner, livre, fechar o placar.


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