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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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BASQUETE

Entidade diz que torneio volta no ano que vem

CBB aposta em renovação, mas cancela Nacional juvenil de 2003

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior aposta da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), a renovação dos atletas do país, será prejudicada neste ano com o cancelamento do Brasileiro juvenil.
Competição importante para a descoberta de talentos fora do eixo Rio-São Paulo, o torneio não irá acontecer, segundo a entidade, por problemas de calendário.
"Neste ano, especificamente, o Brasileiro juvenil não ocorrerá. Demos prioridade ao infanto-juvenil, que terá Sul-Americano", diz Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da CBB, referindo-se ao torneio marcado para novembro, ainda sem local definido.
Segundo o dirigente, a falta de um patrocinador principal, desde a saída da CEF (Caixa Econômica Federal), há dois anos, não motivou o cancelamento do torneio.
"Não foi por problema financeiro. Tínhamos dinheiro para realizar o campeonato", afirma Grego, que embarcaria ontem para reunir-se com os presidentes das federações do Nordeste para discutir a exclusão do torneio juvenil-2003, entre outras questões.
"Desde que entrei na CBB, realizamos 86 campeonatos de base. O meu antecessor [Renato Brito Cunha] fez apenas 24 em nove anos", argumenta Grego.
Para o presidente da CBB, os possíveis efeitos maléficos do cancelamento da competição serão sanados com a implantação de outras iniciativas da entidade.
"Continuaremos a fazer o desenvolvimento de talentos e, em maio, pretendemos implantar nosso projeto social com crianças carentes. Estamos buscando viabilizar essa iniciativa com o Ministério do Esporte", conta ele.
As duas iniciativas citadas, porém, saíram pouco do lugar.
O projeto social da CBB prevê a implantação de núcleos em comunidades carentes de dez Estados. A iniciativa pretende beneficiar inicialmente 4.000 crianças.
A idéia da entidade é chegar a todos os Estados brasileiros até o ano que vem. Para isso, precisaria de apoio financeiro do Ministério do Esporte, que sofreu um corte drástico em seu orçamento e terá dificuldade para realizar os programas sociais pretendidos.
Já o projeto de desenvolvimento de talentos, após vários adiamentos, realizou, neste mês, seu primeiro módulo, para garotos de 18 a 19 anos. O técnico Antonio Carlos Barbosa, da seleção feminina, dirige a iniciativa, que também conta com a supervisão de Aluísio Ferreira, o Lula, treinador da equipe masculina.
O excesso de compromissos do treinador, que também dirige o COC/Ribeirão, dificulta o acompanhamento melhor do desenvolvimento de talentos por parte da comissão técnica da seleção.
A ascensão de Lula ao comando da equipe brasileira, no final de 2002, aliás, mostrou a intensificação da aposta da CBB na renovação. O técnico é conhecido por trabalhar com atletas jovens.
Na pré-convocação, no mês passado, Lula deixou clara essa opção, tirando da lista veteranos como os alas Rogério, 31, e Vanderlei, 30, e o pivô Sandro, 30.


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