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POR QUÊ?
Três hipóteses prevalecem uma década depois
DA REPORTAGEM LOCAL
Responder quem ou o quê
matou Ayrton Senna, dez
anos depois, é mais ou menos como dizer quem matou
Kennedy. Até o processo na
Itália ainda é inconclusivo.
Nenhum acidente desde o
advento do automóvel, há
mais de um século, mereceu
tantas perícias, estudos e
opiniões. De computação
gráfica a compêndios aeronáuticos, quase tudo tentou
explicar como o FW16 saiu
da curva Tamburello, espatifou-se contra o muro de proteção e projetou, através da
viseira do capacete amarelo,
um braço de suspensão que
perfurou a cabeça do piloto.
Três hipóteses principais
concorrem à verdade.
A mais conhecida é a da
ruptura da barra de direção,
reformada a pedido do piloto. Senna fazia a curva de pé
embaixo e, de repente, ficou
sem comando. Para a Wil-liams, houve de fato a ruptura, só que após o choque.
Frank Williams e Patrick
Head, réus no processo com
o projetista Adrian Newey,
hoje na McLaren, não falam.
Mas a tese de seus advogados é conhecida: os pneus.
Uma súbita perda de pressão, aliada à fraca aderência
causada pela falta de aquecimento -houve uma relargada-, teria prejudicado o
trabalho da suspensão, tirando Senna da trajetória.
A terceira hipótese culpa o
próprio piloto. Sob pressão,
com um carro que não rendia e acima do limite, errou.
Agravante, Senna desconfiaria que a principal rival, a Benetton de Michael Schumacher, estava usando recursos
eletrônicos proibidos, algo
que nunca se confirmou.
Finalmente, há ainda os
que crêem que Senna simplesmente se matou. Mas a
telemetria, enquanto durou,
acusou que o piloto teria
freado antes de bater.
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