São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POR QUÊ?

Três hipóteses prevalecem uma década depois

DA REPORTAGEM LOCAL

Responder quem ou o quê matou Ayrton Senna, dez anos depois, é mais ou menos como dizer quem matou Kennedy. Até o processo na Itália ainda é inconclusivo.
Nenhum acidente desde o advento do automóvel, há mais de um século, mereceu tantas perícias, estudos e opiniões. De computação gráfica a compêndios aeronáuticos, quase tudo tentou explicar como o FW16 saiu da curva Tamburello, espatifou-se contra o muro de proteção e projetou, através da viseira do capacete amarelo, um braço de suspensão que perfurou a cabeça do piloto.
Três hipóteses principais concorrem à verdade.
A mais conhecida é a da ruptura da barra de direção, reformada a pedido do piloto. Senna fazia a curva de pé embaixo e, de repente, ficou sem comando. Para a Wil-liams, houve de fato a ruptura, só que após o choque.
Frank Williams e Patrick Head, réus no processo com o projetista Adrian Newey, hoje na McLaren, não falam. Mas a tese de seus advogados é conhecida: os pneus. Uma súbita perda de pressão, aliada à fraca aderência causada pela falta de aquecimento -houve uma relargada-, teria prejudicado o trabalho da suspensão, tirando Senna da trajetória.
A terceira hipótese culpa o próprio piloto. Sob pressão, com um carro que não rendia e acima do limite, errou. Agravante, Senna desconfiaria que a principal rival, a Benetton de Michael Schumacher, estava usando recursos eletrônicos proibidos, algo que nunca se confirmou.
Finalmente, há ainda os que crêem que Senna simplesmente se matou. Mas a telemetria, enquanto durou, acusou que o piloto teria freado antes de bater.


Texto Anterior: McLaren demite para mostrar serviço
Próximo Texto: Hipismo: Baloubet se irrita e faz Pessoa deixar a Copa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.