|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COPA 2006
English Team chega ao Mundial com uma de suas gerações mais brilhantes e o segundo melhor do mundo
Entre os "mortais", Inglaterra desponta
GUSTAVO HOFMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A toda poderosa Inglaterra, dos
inventores do futebol moderno,
gritou "é campeão" somente uma
vez em toda história das Copas do
Mundo. E isso foi há longínquos
40 anos. Mas neste ano os ingleses
chegam fortes. Muito fortes.
Depois do Brasil, entre os "mortais", a seleção inglesa é a que tem
mais chances no Mundial da Alemanha. Mais até que os anfitriões.
Com uma das melhores gerações de todos os tempos do futebol bretão, o English Team conta
ainda com o segundo melhor jogador do mundo, atrás somente
do brasileiro Ronaldinho.
Trata-se do meia Frank Lampard, do Chelsea, vencedor da Bola de Prata da Fifa em 2005. Aos 27
anos (fará 28 durante a Copa), o
jogador está no auge de sua forma
física e técnica. Em campo, abusa
da qualidade nos chutes de longa
distância e não se cansa de municiar os atacantes com passes precisos e na cara do gol.
Porém, diferentemente de outras Copas, a Inglaterra não se resume a um ou dois jogadores.
Entre os 11 prováveis titulares
do técnico sueco Sven-Göran
Eriksson, dificilmente se encontra
um que não corresponda em
campo às expectativas da torcida
e do próprio treinador.
No gol, após a aposentadoria de
David Seaman, finalmente apareceu um nome confiável e seguro.
Paul Robinson, de 26 anos, ganhou a confiança de Eriksson. A
defesa é protegida pelo zagueiro
John Terry, considerado por muitos, entre eles Luiz Felipe Scolari
(campeão com o Brasil na Copa-02 e atual treinador de Portugal),
o melhor da posição no mundo.
No meio e no ataque estão as
grandes esperanças. E, ao contrário do que se possa imaginar, nada do clichê de que o futebol inglês se resume a "chuveirinhos"
na área. Hoje, o time é técnico,
mantém a bola no chão e chega à
área adversária no toque de bola.
Gerrard, Beckham e Lampard são
jogadores que, se não fossem titulares em qualquer time do mundo, deixariam seus treinadores
com muitas dúvidas na escalação.
"Não podemos arrumar desculpas. Sabemos do talento de nossa
equipe e da qualidade dos jogadores que temos. Estamos chegando
em melhores condições do que
nos últimos Mundiais, o que nos
dá uma magnífica oportunidade", garante Beckham.
Como se não bastasse, o centroavante Wayne Rooney vive
uma fase espetacular. Ídolo no
Manchester United, tem marcado
muitos gols (foram 14 até a 35ª rodada do Campeonato Inglês), e
seu estilo de jogo se completa com
um parceiro ideal: Michael Owen.
O ex-atacante do Real Madrid
ainda se recupera de uma fratura
num dedo do pé direito. Owen,
que assinou com o Newcastle no
no final do ano passado, não disputa uma partida oficial há mais
de quatro meses. Mas, já em processo final de recuperação, é quase certo que o atacante, revelação
da Inglaterra na Copa de 1998, esteja em campo na Alemanha.
"Meu peso e meus níveis de gordura estão como antes da lesão.
Agora é só uma questão de trabalhar com a bola", garante.
Isso sem falar no grandalhão
atacante do Liverpool, Peter
Crouch, de 1,98 m. Com certeza,
uma ótima opção no banco de reservas. Todos dispostos num 4-4-2 simples e ofensivo e em um grupo relativamente fácil na Copa,
com Trinidad e Tobago (estreante
em Mundiais), Suécia e Paraguai.
Desde a Copa de 1970, quando o
técnico Alf Ramsey levou para o
Mundial do México craques do
porte de Gordon Banks, Bobby
Moore, Bobby Charlton, Geoff
Hurst e Jack Charlton, a seleção
inglesa não chega a um Mundial
com tantas condições de levar o
título como nesta edição.
A vaga nas eliminatórias européias, de forma tranquila, evidencia ainda mais o bom momento
do futebol inglês, assim como a
vitória por 3 a 2 sobre a Argentina,
em amistoso no final de 2005.
Resta saber se o time será capaz
de, agora, não parar diante do
Brasil, como em 2002.
Se terminarem na primeira colocação de seus grupos, brasileiros e ingleses se enfrentam numa
eventual semifinal. Só que desta
vez os ingleses estão mais experientes e, no mínimo, preparados
para uma nova surpresa de Ronaldinho Gaúcho -deu a vitória
ao Brasil ao encobrir Seaman na
Copa asiática.
Texto Anterior: Mascherano diz que agora virou corintiano Próximo Texto: Pingue-pongue: Com sorte e sem lesões, Eriksson acredita no time Índice
|