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Finalistas lutam por seu território na disputa da taça
Santos e São Caetano reforçam desejo de jogar diante de
suas torcidas e contestam idéia de dois duelos no Morumbi
Federação Paulista reúne-se
hoje com os presidentes das
equipes para definir os
palcos dos dois confrontos
que decidirão o campeão
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto tudo indicava uma
final entre Santos e São Paulo, a
discussão era a respeito de se
jogar as duas partidas no Morumbi, estádio do time tricolor.
Com a chegada do azarão São
Caetano na disputa, a hipótese
de utilizar a casa são-paulina
nos dois duelos deverá ser descartada pelos finalistas.
Os presidentes dos dois postulantes ao título estadual se
reunirão hoje na Federação
Paulista de Futebol para discutir a possibilidade de Anacleto
Campanella e Vila Belmiro receberem os confrontos que
acontecem nos dias 29 de abril
e 6 de maio.
Se depender apenas do retrospecto, o Santos terá ainda
mais motivos para defender a
idéia de um jogo em cada campo. Se na Vila o time de Vanderlei Luxemburgo é quase imbatível -venceu sete das nove
partidas-, fora dela a campanha é ainda melhor.
Como visitante, a equipe alvinegra ainda não sabe o que é
perder. Em 12 partidas, foram
nove vitórias e três empates,
contando os dois últimos diante do Bragantino na semifinal.
Por outro lado, apresentar-se
no Morumbi significa lucro
maior aos cofres santistas, o
que deixará o presidente do
clube, Marcelo Teixeira, à vontade na negociação de hoje.
Enquanto o embate era com
os cartolas são-paulinos, Teixeira sofria nos bastidores com
a pressão dos conselheiros, que
exigiam um dos duelos na Vila.
Sem o rival tricolor pela frente, o mandatário alvinegro livrou-se dessa pressão e ainda
terá ao seu lado o argumento da
lucratividade. Ontem, a renda
do duelo foi de R$ 587.270,00.
Questionado sobre sua preferência para o local da decisão ao
final do duelo de ontem, o goleiro Fábio Costa foi enfático:
"Morumbi é estádio do São
Paulo, não é neutro", disse.
Ele ainda criticou o sistema
de drenagem do estádio. Devido às fortes chuvas que assolaram a região antes do início da
semifinal, o gramado tinha alguns pontos encharcados.
"Se marcar [a final] no Morumbi e chover na semana que
vem, vai ficar encharcado também?", provocou o atleta. Antes
do apito inicial, o técnico Vanderlei Luxemburgo também
mostrara-se irritado.
Já a opinião no São Caetano é
unânime: jogar no Anacleto
Campanella será fundamental
para o time na decisão.
"A preferência é sempre de
jogarmos em casa, seria o mais
conveniente. Mas é a federação
quem vai estipular isso", afirmou o técnico Dorival Jr. anteontem, logo após a vitória sobre o São Paulo -quando ainda
não conhecia seu adversário na
final do campeonato.
O técnico surpreendeu, já
que durante toda a semana reclamara do excessivo número
de passes errados que o São
Caetano tivera no primeiro
duelo contra o São Paulo.
Chegou a atribuir o fato ao
pouco espaço encontrado no
gramado do Pacaembu e apontou o Morumbi como solução
para o problema, já que seus
atletas poderiam desenvolver
melhor o jogo em um campo
amplo e melhor conservado.
Os jogadores do time do ABC
seguiram a mesma linha do
treinador.
Apesar dos elogios ao Morumbi, o volante Luiz Alberto
lembrou da importância de jogar em um gramado que o time
já conhece bem.
A preferência do elenco sul-caetanense justifica-se. Quando atuou em casa, o time obteve
70% dos pontos disputados.
Em dez confrontos, foram
sete vitórias, dois empates e
apenas uma derrota -2 a 1 para
o Palmeiras.
O problema do São Caetano
dá-se fora de seus domínios,
onde o aproveitamento foi de
somente 36%. Em 11 partidas
como visitante, o grupo levou
os três pontos na bagagem em
quatro ocasiões. Foram dois
empates e cinco derrotas.
Colaboraram JULYANA TRAVAGLIA e PAULO GALDIERI, da Reportagem Local
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