São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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Finalistas lutam por seu território na disputa da taça

Santos e São Caetano reforçam desejo de jogar diante de suas torcidas e contestam idéia de dois duelos no Morumbi

Federação Paulista reúne-se hoje com os presidentes das equipes para definir os palcos dos dois confrontos que decidirão o campeão


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto tudo indicava uma final entre Santos e São Paulo, a discussão era a respeito de se jogar as duas partidas no Morumbi, estádio do time tricolor. Com a chegada do azarão São Caetano na disputa, a hipótese de utilizar a casa são-paulina nos dois duelos deverá ser descartada pelos finalistas. Os presidentes dos dois postulantes ao título estadual se reunirão hoje na Federação Paulista de Futebol para discutir a possibilidade de Anacleto Campanella e Vila Belmiro receberem os confrontos que acontecem nos dias 29 de abril e 6 de maio.
Se depender apenas do retrospecto, o Santos terá ainda mais motivos para defender a idéia de um jogo em cada campo. Se na Vila o time de Vanderlei Luxemburgo é quase imbatível -venceu sete das nove partidas-, fora dela a campanha é ainda melhor. Como visitante, a equipe alvinegra ainda não sabe o que é perder. Em 12 partidas, foram nove vitórias e três empates, contando os dois últimos diante do Bragantino na semifinal.
Por outro lado, apresentar-se no Morumbi significa lucro maior aos cofres santistas, o que deixará o presidente do clube, Marcelo Teixeira, à vontade na negociação de hoje. Enquanto o embate era com os cartolas são-paulinos, Teixeira sofria nos bastidores com a pressão dos conselheiros, que exigiam um dos duelos na Vila. Sem o rival tricolor pela frente, o mandatário alvinegro livrou-se dessa pressão e ainda terá ao seu lado o argumento da lucratividade. Ontem, a renda do duelo foi de R$ 587.270,00.
Questionado sobre sua preferência para o local da decisão ao final do duelo de ontem, o goleiro Fábio Costa foi enfático: "Morumbi é estádio do São Paulo, não é neutro", disse. Ele ainda criticou o sistema de drenagem do estádio. Devido às fortes chuvas que assolaram a região antes do início da semifinal, o gramado tinha alguns pontos encharcados. "Se marcar [a final] no Morumbi e chover na semana que vem, vai ficar encharcado também?", provocou o atleta. Antes do apito inicial, o técnico Vanderlei Luxemburgo também mostrara-se irritado.
Já a opinião no São Caetano é unânime: jogar no Anacleto Campanella será fundamental para o time na decisão. "A preferência é sempre de jogarmos em casa, seria o mais conveniente. Mas é a federação quem vai estipular isso", afirmou o técnico Dorival Jr. anteontem, logo após a vitória sobre o São Paulo -quando ainda não conhecia seu adversário na final do campeonato.
O técnico surpreendeu, já que durante toda a semana reclamara do excessivo número de passes errados que o São Caetano tivera no primeiro duelo contra o São Paulo. Chegou a atribuir o fato ao pouco espaço encontrado no gramado do Pacaembu e apontou o Morumbi como solução para o problema, já que seus atletas poderiam desenvolver melhor o jogo em um campo amplo e melhor conservado. Os jogadores do time do ABC seguiram a mesma linha do treinador.
Apesar dos elogios ao Morumbi, o volante Luiz Alberto lembrou da importância de jogar em um gramado que o time já conhece bem. A preferência do elenco sul-caetanense justifica-se. Quando atuou em casa, o time obteve 70% dos pontos disputados. Em dez confrontos, foram sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota -2 a 1 para o Palmeiras. O problema do São Caetano dá-se fora de seus domínios, onde o aproveitamento foi de somente 36%. Em 11 partidas como visitante, o grupo levou os três pontos na bagagem em quatro ocasiões. Foram dois empates e cinco derrotas.


Colaboraram JULYANA TRAVAGLIA e PAULO GALDIERI, da Reportagem Local


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