Sob desconfiança e em crise, equipe espanhola recebe o Manchester United em semifinal da Copa dos Campeões

Clube inglês, em melhor momento, ostenta Cristiano Ronaldo, o artilheiro da competição, mas rechaça favoritismo e vê rival forte

Matt Dunham/Associated Press

Reina desespera-se após Riise (caído atrás dele) fazer gol contra nos acréscimos do 2º tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2006, o Barcelona se firmava como clube de melhor futebol na Europa com o título da Copa dos Campeões. Duas temporadas depois, o principal torneio de clubes da Europa pode marcar novamente a trajetória do time espanhol, mas desta vez para lhe dar um fim.
A equipe catalã busca na competição, em que hoje abre sua semifinal diante do Manchester United, não apenas a redenção de um ano desastroso, que vem sendo marcado pelo ocaso do meia brasileiro Ronaldinho -antes, o principal atleta barcelonista, mas hoje em desgraça com torcida e diretoria-, por crise de relacionamento no elenco estrelado e por vexames dentro de campo.
"Somos sinceros. Sabemos que a conquista do Espanhol agora está longe", declarou Messi. "Temos que lutar pela Copa dos Campeões, é tudo o que nos resta", disse o argentino, citando a grande vantagem que o Real Madrid tem no Nacional -11 pontos à frente do Barcelona, o terceiro colocado.
Além disso, uma eliminação agora deve dar início à reformulação da equipe, que já se anuncia extra-oficialmente.
Além da saída de Ronaldinho, sem clima para continuar no Barcelona, onde é acusado de ter trocado as grandes atuações pela agitada vida noturna da cidade, o clube corre o risco de perder outras estrelas descontentes. É o caso de Deco e, mais recentemente, do camaronês Eto'o, que chegou a declarar que pensa em deixar o time, caso não conquiste nada na temporada, para voltar a ser campeão por outra equipe.
Para complicar a situação dos catalães, seu adversário, o Manchester, vive fase inversa. Além de estar entre as quatro melhores da Europa, a equipe lidera o Inglês, três pontos à frente do vice-líder Chelsea, a quatro rodadas do final.
Tudo isso com um elenco renovado. O manager Alex Ferguson apostou na contratação de jovens estrelas, como Tevez e Anderson, que se encaixaram ao esquema, que já tinha gente do porte de Wayne Rooney, e se tornaram bons coadjuvantes.
A equipe, no entanto, tem sido de fato turbinada por atuações de Cristiano Ronaldo, artilheiro da Copa dos Campeões, com sete gols, e atualmente apontado como barbada para ser o novo melhor do mundo.
Apesar do quadro aparentemente desfavorável ao Barcelona, o técnico Frank Rijkaard se mostra incomodado com o favoritismo inglês no mata-mata. "Há jogadores dos dois lados com capacidade de decidir."
A tese é compartilhada pelos adversários. "Para um time chegar a este ponto da competição, é porque está entre os mais fortes", disse Alex Ferguson.