São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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FUTEBOL

Pagode cessa, e comissão brasileira conclui que atletas estão cansados

Fim de batucada decreta alívio na carga de treinos

DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

O fim do animado pagode no ônibus da seleção foi a senha para a comissão técnica diminuir o ritmo de treinos na Malásia.
Depois do longo silêncio no trajeto dos jogadores do estádio Shah Alam até o hotel após o treino de anteontem à tarde em Kuala Lumpur, o técnico Luiz Felipe Scolari decidiu reduzir a intensidade da preparação dos 23 convocados para poupá-los antes do início do Mundial Coréia/Japão.
A Copa-2002 começa no dia 31 de maio, e a estréia do Brasil, contra a equipe da Turquia, será no dia 3 de junho, daqui a 11 dias.
Desde o começo dos treinos em Barcelona, na semana passada, a seleção estava trabalhando quase em dois turnos por dia.
Como se não bastasse a série de treinamentos há mais de uma semana, os jogadores fizeram uma cansativa viagem de cerca de 12 horas até a Malásia depois de vencer a seleção da Catalunha, por 3 a 1, no sábado, em Barcelona.
"Houve um bom senso entre a comissão técnica e os jogadores para acontecer um refresco de maneira a ter um maior rendimento nos treinos. A gente sabe quando o treino não está rendendo mais", declarou o médico da seleção, José Luiz Runco.
Ao ser indagado sobre quando a comissão técnica constata que os atletas estão esgotados fisicamente, Runco disse: ""Quando não tem a batucada no ônibus".
O pagode é uma das marcas da seleção de Scolari. Desde o início dos treinos na Espanha, os jogadores realizam animadas rodas de samba no ônibus da delegação.
O atacante Edílson, do Cruzeiro, é o principal organizador dos pagodes da seleção. Ele toca cavaquinho e já dá aulas ao meia-atacante Ronaldinho, do Paris Saint-Germain, e ao volante Gilberto Silva, do Atlético-MG.
Com o fim da batucada anteontem, Scolari decidiu adiar o treino de ontem de manhã na Malásia. Os jogadores foram liberados para dormir até mais tarde.
Apesar da folga, a maioria dos atletas deixou os quartos e correu pelo parque do hotel. O atacante Ronaldo, da Internazionale de Milão, aproveitou a manhã para jogar golfe no gramado do hotel, que já abrigou uma Copa do Mundo desse esporte.
Os jogadores aprovaram a decisão de Scolari de reduzir a carga de treinamentos. ""Nós estávamos muito cansados. A perna estava pesando um pouco mais", constatou o goleiro Marcos.
Com a decisão de poupar os jogadores, a seleção só treinará uma vez até o final do período de preparação no país asiático.
Depois do amistoso contra a seleção local, que será realizado no sábado à noite (manhã no horário brasileiro), a delegação vai seguir no domingo para a Coréia, onde disputa a primeira fase da Copa.
A seleção ficará concentrada em Ulsan, cidade que servirá de base para os brasileiros até o final da etapa inicial do Mundial. Depois de enfrentar a Turquia, o Brasil ainda terá pela frente as seleções da China e da Costa Rica.
Na segunda fase, a equipe brasileira, caso obtenha uma das duas vagas no Grupo C, ficará no Japão, mas não terá uma cidade-sede. A delegação ficará se deslocando pelos municípios japoneses de acordo com os seus jogos.

Desfalques
Por causa do forte ritmo de treinamento nos últimos dias, dois jogadores não participaram das atividades de ontem.
O goleiro Rogério, do São Paulo, ficou de fora por causa de uma tendinite no joelho esquerdo, e o lateral-direito Cafu, da Roma, devido a dores na região lombar.
Apesar de terem ficado de fora do treino, o médico José Luiz Runco garantiu que os dois jogadores deverão estar liberados para o amistoso contra a Malásia.
Destaque nos testes físicos na semana passada, Cafu começará a partida. Já Rogério ficará como opção de banco. Marcos continua titular. (FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)



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