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FUTEBOL
Pagode cessa, e comissão brasileira conclui que atletas estão cansados
Fim de batucada decreta alívio na carga de treinos
DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR
O fim do animado pagode no
ônibus da seleção foi a senha para
a comissão técnica diminuir o ritmo de treinos na Malásia.
Depois do longo silêncio no trajeto dos jogadores do estádio
Shah Alam até o hotel após o treino de anteontem à tarde em Kuala Lumpur, o técnico Luiz Felipe
Scolari decidiu reduzir a intensidade da preparação dos 23 convocados para poupá-los antes do
início do Mundial Coréia/Japão.
A Copa-2002 começa no dia 31
de maio, e a estréia do Brasil, contra a equipe da Turquia, será no
dia 3 de junho, daqui a 11 dias.
Desde o começo dos treinos em
Barcelona, na semana passada, a
seleção estava trabalhando quase
em dois turnos por dia.
Como se não bastasse a série de
treinamentos há mais de uma semana, os jogadores fizeram uma
cansativa viagem de cerca de 12
horas até a Malásia depois de vencer a seleção da Catalunha, por 3 a
1, no sábado, em Barcelona.
"Houve um bom senso entre a
comissão técnica e os jogadores
para acontecer um refresco de
maneira a ter um maior rendimento nos treinos. A gente sabe
quando o treino não está rendendo mais", declarou o médico da
seleção, José Luiz Runco.
Ao ser indagado sobre quando a
comissão técnica constata que os
atletas estão esgotados fisicamente, Runco disse: ""Quando não tem
a batucada no ônibus".
O pagode é uma das marcas da
seleção de Scolari. Desde o início
dos treinos na Espanha, os jogadores realizam animadas rodas de
samba no ônibus da delegação.
O atacante Edílson, do Cruzeiro, é o principal organizador dos
pagodes da seleção. Ele toca cavaquinho e já dá aulas ao meia-atacante Ronaldinho, do Paris Saint-Germain, e ao volante Gilberto
Silva, do Atlético-MG.
Com o fim da batucada anteontem, Scolari decidiu adiar o treino
de ontem de manhã na Malásia.
Os jogadores foram liberados para dormir até mais tarde.
Apesar da folga, a maioria dos
atletas deixou os quartos e correu
pelo parque do hotel. O atacante
Ronaldo, da Internazionale de
Milão, aproveitou a manhã para
jogar golfe no gramado do hotel,
que já abrigou uma Copa do
Mundo desse esporte.
Os jogadores aprovaram a decisão de Scolari de reduzir a carga
de treinamentos. ""Nós estávamos
muito cansados. A perna estava
pesando um pouco mais", constatou o goleiro Marcos.
Com a decisão de poupar os jogadores, a seleção só treinará uma
vez até o final do período de preparação no país asiático.
Depois do amistoso contra a seleção local, que será realizado no
sábado à noite (manhã no horário
brasileiro), a delegação vai seguir
no domingo para a Coréia, onde
disputa a primeira fase da Copa.
A seleção ficará concentrada em
Ulsan, cidade que servirá de base
para os brasileiros até o final da
etapa inicial do Mundial. Depois
de enfrentar a Turquia, o Brasil
ainda terá pela frente as seleções
da China e da Costa Rica.
Na segunda fase, a equipe brasileira, caso obtenha uma das duas
vagas no Grupo C, ficará no Japão, mas não terá uma cidade-sede. A delegação ficará se deslocando pelos municípios japoneses de acordo com os seus jogos.
Desfalques
Por causa do forte ritmo de treinamento nos últimos dias, dois
jogadores não participaram das
atividades de ontem.
O goleiro Rogério, do São Paulo,
ficou de fora por causa de uma
tendinite no joelho esquerdo, e o
lateral-direito Cafu, da Roma, devido a dores na região lombar.
Apesar de terem ficado de fora
do treino, o médico José Luiz
Runco garantiu que os dois jogadores deverão estar liberados para o amistoso contra a Malásia.
Destaque nos testes físicos na
semana passada, Cafu começará a
partida. Já Rogério ficará como
opção de banco. Marcos continua
titular.
(FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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