São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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O MOTIVADOR

Como Scolari, Weber Magalhães costuma usar técnicas de auto-ajuda em situações críticas

"Juntos somos fortes; unidos, imbatíves"

Juca Varella
Weber Magalhães, que assumiu há menos de uma semana o cargo de chefe da delegação brasileira e está com a seleção na Malásia


DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

Há apenas cinco dias na função, o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo, Weber Magalhães, mostrou que está sintonizado com a filosofia de trabalho de Luiz Felipe Scolari. O dirigente é, como o treinador gaúcho, um adepto do uso de técnicas de motivação para fortalecer um grupo de jogadores e costuma recorrer a palestras de especialistas em auto-ajuda para tirar equipes de situações desfavoráveis.
"Você não pode encarar o time que vai enfrentar como inimigo, mas como adversário, que às vezes pode ser superado até com carinho", disse o dirigente, num dos seus momentos de "motivador".
Outra pérola de Magalhães, 44, para definir o essencial numa equipe: "Juntos somos fortes; unidos somos imbatíveis".
Presidente da Federação Metropolitana de Futebol do DF, o dirigente contou ter acionado um especialista em auto-ajuda para dar uma palestra aos jogadores do Gama durante o Brasileiro de 2001, quando a equipe corria o risco de ser rebaixada para a segunda divisão, o que não aconteceu.
Foi quando Magalhães ouviu o conceito sobre o carinho, palavra que lhe é bastante cara.
"Os jogadores precisam de carinho. Não quero que me vejam como alguém acima deles. Estou aqui para compor, ajudar. Sou pau para toda obra. Se precisar, até carrego bola."
Essa proximidade que o chefe da delegação busca com os atletas vem, segundo ele, de seu histórico. Antes de virar dirigente, em 96, Weber foi ponta esquerda semiprofissional em três clubes de Brasília: Guará, Brasília e Gama.
Logo após deixar os gramados, passou a ser assessor da CBF no Congresso, época em que fortaleceu sua amizade com Ricardo Teixeira, presidente da entidade.
Mais jovem presidente de federação e um dos mais próximos a Teixeira -é convidado para acompanhar quase todas as viagens da seleção-, Magalhães afirma, porém, que sua amizade com o homem-forte da CBF não teve influência na sua escolha para a função.
"Disseram que fui nomeado porque sou amigo do Ricardo, mas ele tem outros 26 amigos nas federações." O prêmio, interpreta ele, teria sido pela força dada a Teixeira durante as CPIs que investigaram o dirigente no Congresso, em Brasília, cidade adotada pelo carioca Magalhães -que revelou ter chorado após o anúncio de que comandaria a delegação.
"Chorei de emoção", diz ele, que também pretende ser no Mundial um "elo de ligação entre a CBF e a comissão técnica". (FV, JAB e SR)



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