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F-1 se anima quanto a imbróglio
Após 2 reuniões em Mônaco, equipes reforçam união e conseguem avançar na negociação com a FIA
Presidentes da entidade que rege a categoria e da Ferrari
se dizem otimistas quanto
a acordo sobre definição do teto orçamentário para 2010
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO
O impasse ainda não teve um
desfecho. Mas, após duas longas reuniões ontem, em Mônaco, duas coisas ficaram claras
no imbróglio entre as escuderias e a FIA sobre o regulamento da F-1 para o ano que vem.
Primeiro, que os times estão
unidos e em acordo sobre a não
implementação de um teto orçamentário de R$ 129 milhões
para cada um em 2010.
Segundo, que as negociações
com Max Mosley, presidente
da entidade que comanda o esporte, e Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais
da categoria, avançaram.
"As questões permanecem as
mesmas de antes, mas estou esperançoso de que chegaremos a
um acordo", disse Mosley, após
deixar a sede do Automóvel
Clube de Mônaco, onde esteve
reunido com os demais dirigentes por quase três horas.
Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da Fota, a associação das equipes, deixou o
encontro com a mesma sensação. "Foi uma reunião longa e
produtiva, mas teremos um novo encontro amanhã [hoje] e,
depois, mais um com Mosley."
O principal motivo do impasse é que, como as equipes que
aceitarem trabalhar dentro
desse orçamento terão mais liberdades técnicas do que possuem atualmente, os times
acreditam que a F-1 acabaria
tendo duas categorias diferentes na mesma, já que seriam
dois regulamentos distintos.
Além disso, eles consideram
o valor proposto pela FIA muito baixo para manter um time
nos moldes atuais. Apesar de a
quantia não incluir gastos com
motores, marketing, salários
dos pilotos e programa de desenvolvimento de novos talentos, ela é muito pequena se
comparada com a realidade financeira atual da categoria.
Estima-se, por exemplo, que
a Ferrari tenha gastado cerca
de R$ 870 milhões em 2008.
"O que é importante é que
nossa visão sobre o futuro é totalmente comum", afirmou
Montezemolo, logo após reunir-se com os membros da Fota
e antes do encontro com a FIA.
"Nós queremos a F-1, não
queremos outra coisa", completou o italiano, que voou para
o principado especialmente para tentar achar uma solução definitiva para o impasse.
Sua equipe tem liderado as
ameaças de abandonar a categoria caso um acordo não seja
alcançado. Red Bull, Toro Rosso, Toyota e Renault também
disseram que não permanecerão na F-1 se nada mudar.
Na última sexta-feira, já havia ocorrido um primeiro encontro, na Inglaterra, para se
definir o imbróglio, mas não
houve acordo. Na quarta, a Justiça francesa anunciou que a
Ferrari não havia tido sucesso
em sua tentativa legal de impedir que o teto fosse implantado.
O caso pede urgência porque
os times têm até a próxima sexta para se inscreverem no Mundial do ano que vem. Caso percam o prazo, terão uma segunda chance até junho, mas aí
precisarão apostar que as 26
vagas disponíveis no grid não
tenham sido preenchidas.
Ontem, por exemplo, cinco
minutos depois de abertas as
inscrições, a Campos enviou a
documentação para pleitear
um lugar na F-1 em 2010.
A equipe, que atualmente
compete na F-3 espanhola, inscreveu-se para trabalhar dentro do teto orçamentário.
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