São Paulo, sábado, 23 de maio de 2009

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F-1 se anima quanto a imbróglio

Após 2 reuniões em Mônaco, equipes reforçam união e conseguem avançar na negociação com a FIA

Presidentes da entidade que rege a categoria e da Ferrari se dizem otimistas quanto a acordo sobre definição do teto orçamentário para 2010


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO

O impasse ainda não teve um desfecho. Mas, após duas longas reuniões ontem, em Mônaco, duas coisas ficaram claras no imbróglio entre as escuderias e a FIA sobre o regulamento da F-1 para o ano que vem.
Primeiro, que os times estão unidos e em acordo sobre a não implementação de um teto orçamentário de R$ 129 milhões para cada um em 2010.
Segundo, que as negociações com Max Mosley, presidente da entidade que comanda o esporte, e Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da categoria, avançaram.
"As questões permanecem as mesmas de antes, mas estou esperançoso de que chegaremos a um acordo", disse Mosley, após deixar a sede do Automóvel Clube de Mônaco, onde esteve reunido com os demais dirigentes por quase três horas.
Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da Fota, a associação das equipes, deixou o encontro com a mesma sensação. "Foi uma reunião longa e produtiva, mas teremos um novo encontro amanhã [hoje] e, depois, mais um com Mosley."
O principal motivo do impasse é que, como as equipes que aceitarem trabalhar dentro desse orçamento terão mais liberdades técnicas do que possuem atualmente, os times acreditam que a F-1 acabaria tendo duas categorias diferentes na mesma, já que seriam dois regulamentos distintos.
Além disso, eles consideram o valor proposto pela FIA muito baixo para manter um time nos moldes atuais. Apesar de a quantia não incluir gastos com motores, marketing, salários dos pilotos e programa de desenvolvimento de novos talentos, ela é muito pequena se comparada com a realidade financeira atual da categoria.
Estima-se, por exemplo, que a Ferrari tenha gastado cerca de R$ 870 milhões em 2008.
"O que é importante é que nossa visão sobre o futuro é totalmente comum", afirmou Montezemolo, logo após reunir-se com os membros da Fota e antes do encontro com a FIA.
"Nós queremos a F-1, não queremos outra coisa", completou o italiano, que voou para o principado especialmente para tentar achar uma solução definitiva para o impasse.
Sua equipe tem liderado as ameaças de abandonar a categoria caso um acordo não seja alcançado. Red Bull, Toro Rosso, Toyota e Renault também disseram que não permanecerão na F-1 se nada mudar.
Na última sexta-feira, já havia ocorrido um primeiro encontro, na Inglaterra, para se definir o imbróglio, mas não houve acordo. Na quarta, a Justiça francesa anunciou que a Ferrari não havia tido sucesso em sua tentativa legal de impedir que o teto fosse implantado.
O caso pede urgência porque os times têm até a próxima sexta para se inscreverem no Mundial do ano que vem. Caso percam o prazo, terão uma segunda chance até junho, mas aí precisarão apostar que as 26 vagas disponíveis no grid não tenham sido preenchidas.
Ontem, por exemplo, cinco minutos depois de abertas as inscrições, a Campos enviou a documentação para pleitear um lugar na F-1 em 2010.
A equipe, que atualmente compete na F-3 espanhola, inscreveu-se para trabalhar dentro do teto orçamentário.


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