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Parreira revê país de seu início
Treinador iniciou carreira em Gana, em 1967, aos 24 anos e recém-formado em educação física
Atual técnico da seleção brasileira levou equipe africana ao segundo lugar em torneio continental, mas teve problemas com doença
DOS ENVIADOS A DORTMUND
Gana é novidade para o Brasil
numa Copa, assim como um
africano num mata-mata.
Mas o país de Essien, principal destaque do time atual, está
longe de ser um mistério para
Carlos Alberto Parreira.
Foi em Gana que ele começou sua carreira como técnico
de seleções nacionais, o ponto
alto da sua carreira -com clubes, ganhou poucos títulos.
Foi para lá em 1967, recém-formado na faculdade de educação física no Rio, aos 24 anos.
O intermediário da negociação foi o Itamaraty. Para estreitar os laços com Gana, os diplomatas procuravam alguém para ajudar no desenvolvimento
do futebol daquele país.
"Já falava inglês, e isso foi essencial para eu conseguir o emprego", disse Parreira em uma
das palestras que fez recentemente em São Paulo.
Ele conta sua aventura africana como um dos fatos vitoriosos da sua carreira. O salário
não chegava a US$ 500 mensais. Vivia sozinho, longe da família em um país com condições sanitárias ainda mais precárias que as de hoje.
Parreira teve malária, mas,
mesmo sem experiência, conseguiu resultados expressivos.
Foi vice-campeão da Copa Africana em 1968, na Etiópia. Dirigiu ainda um clube local.
Em quase dois anos, Parreira
teve problemas com os costumes locais, como o fato de homens oferecerem suas irmãs ao
treinador por considerarem isso uma gentileza para um estrangeiro trabalhando por lá.
Depois da experiência africana, voltou ao Brasil, na função
de preparador físico.
Há muito tempo sem contato
como o futebol ganês, Parreira
é só elogios para o rival.
"Gana foi uma bela surpresa.
Fez uma bonita partida contra
a Itália. Vai ser um adversário
difícil", disse o treinador, que
mostrou satisfação ao lembrar
que foi técnico da equipe.
Ontem, Parreira viu o jogo
entre Itália e República Tcheca,
ocorrido no mesmo horário da
vitória de Gana sobre os EUA.
Mas ainda assim Parreira se
disse por dentro da forma de jogar do adversário. "Gana é um
time que sai para o jogo, não joga defensivamente e incomoda
o adversário o tempo todo. Tem
um estilo que eu acho que não
vai mudar contra o Brasil."
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO
RANGEL)
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