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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Rival bem-vindo
A ARGENTINA tem agradecido aos céus e interpretado
uma série de coincidências
como um sinal de que agora
será campeã mundial.
A delegação tem Maradona, seu auxiliar Hector
Enrique e o coordenador
Carlos Bilardo, os três de
1986. Pegou a Coreia do Sul
na primeira fase, como em
1986. O Argentinos Juniors
foi campeão, e o Rosário
Central, rebaixado, como
em 1986. O Peru quase a tira
da Copa, como daquela vez.
Messi é tão brilhante como
Maradona na época e ontem recebeu a braçadeira
de capitão, como carregava
Diego na Copa do México.
Uma coincidência não
vai acontecer, e isso também pode provocar nos argentinos a ideia de que o título está próximo: o Uruguai não será o adversário
nas oitavas de final.
O clássico sul-americano
ocorreu no primeiro mata-
-mata de 1986 e foi vencido
a fórceps, com gol de Pasculli, aos 41min do primeiro
tempo. Desta vez, o rival é o
México, como em 2006.
Os motivos para os argentinos festejarem uma coincidência a menos passam pelo modo de jogar do México
e do Uruguai. Os mexicanos
julgam ter seu melhor time
da história. Têm mesmo.
Com Giovani dos Santos e
Carlos Vela, campeões
mundiais sub-17 em 2005,
nunca houve tanto talento.
O México hoje tem até isso,
atletas que sabem ganhar
títulos. Ataca sem parar.
Para quem julga que a
Argentina tem como maior
defeito a defesa, pode ser
um risco. Mas as experiências desta Copa contra defesas fechadas dão a ideia
de que seria pior enfrentar o
Uruguai, que se fecha bem,
tem bons zagueiros, contra-
-ataca com velocidade. Pegar o México é bom sinal.
Mas... Há quatro anos, a
Argentina enfrentou o México nas oitavas e só ganhou
na prorrogação. Desde o gol
de Caniggia, contra o Brasil,
em 1990, eles não vencem
um mata-mata de Copa do
Mundo em 90 minutos.
INÉDITO
Em grupos de quatro times,
é a primeira vez que o Uruguai fecha a primeira fase
sem sofrer gols. A sacada foi
recuar Forlán para a armação. Ele dá velocidade aos
contra-ataques de Suárez.
INCRÍVEL
O último vexame francês
foi Raymond Domenech não
cumprimentar Parreira. Casado com o 4-2-3-1, o francês
provou que o apego ao esquema tático pode ser burrice.
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