São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Goleiro dita ascensão de Portugal

Eduardo é criticado em seu país, mas só sofreu 3 gols desde que assumiu a camisa 1 do time

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Ele foi o destaque de um time modesto que conseguiu vaga na celebrada Copa dos Campeões da Europa.
Em 17 jogos com a camisa da seleção portuguesa, nunca perdeu (foram 13 vitórias e 4 empates). Ainda mais importante para um goleiro, tem uma média de gols sofridos absolutamente fantástica -foi vazado só três vezes atuando por seu país, ou só 0,18 por partida disputada.
Mas ainda assim o guarda-redes Eduardo, 27, está longe de ser unanimidade em Portugal, que na sexta-feira enfrentará o Brasil pela liderança do Grupo G da Copa do Mundo de 2010.
Por ser do modesto time do Braga, o goleiro não tem o mesmo "marketing" dos camisas 1 dos clubes grandes, especialmente de Quim, o antigo titular da seleção lusa e que defende o Benfica, o mais popular clube do país.
Ele sofre ainda com a mídia portuguesa, que até chegou a qualificar Eduardo como goleiro de "mãos de manteiga" após levar três gols em uma partida contra o Benfica. Hoje a imprensa critica o treinador Carlos Queiróz por escalar o jogador do Braga.
Mas o técnico de Portugal tem motivos de sobra para justificar sua escolha. Ele desistiu de Quim em novembro de 2008, quando num amistoso contra o mesmo Brasil, Portugal foi goleado por 6 a 2.
Eduardo entrou, e o time passou a ser uma fortaleza na defesa, problema crônico da seleção europeia desde que era comandada pelo treinador Luiz Felipe Scolari.
Portugal nunca mais perdeu e só sofreu gols três vezes em quase dois anos.
Ao mesmo tempo, Eduardo levou o Braga ao vice- -campeonato português e a conquistar uma vaga na Copa dos Campeões.
Tudo isso fez o clube português negociar com um grupo de investidores o goleiro por 4 milhões, equivalente a quase R$ 9 milhões.

PÉS NO CHÃO
Contra a Coreia do Norte e a Costa do Marfim, quando novamente não foi vazado, o goleiro Eduardo não teve muito trabalho. Mas ele ficou entusiasmado com a performance da sua seleção.
"Estamos praticamente classificados, mas vamos encarar o último jogo [da primeira fase] como se tivéssemos a obrigação de vencer", declarou o camisa 1. "Temos essa vontade e, mesmo diante do Brasil, que será muito complicado, vamos apresentar essa mesma motivação", completou Eduardo.
Ele ressaltou, porém, que sua seleção tem de manter os pés no chão. "Não vamos entrar em euforias. Sabemos como é o Mundial e que as equipes são bastantes difíceis", disse.0 (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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