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Goleiro dita ascensão de Portugal
Eduardo é criticado em seu país, mas só sofreu 3 gols desde que assumiu a camisa 1 do time
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Ele foi o destaque de um time modesto que conseguiu
vaga na celebrada Copa dos
Campeões da Europa.
Em 17 jogos com a camisa
da seleção portuguesa, nunca perdeu (foram 13 vitórias e
4 empates). Ainda mais importante para um goleiro,
tem uma média de gols sofridos absolutamente fantástica -foi vazado só três vezes
atuando por seu país, ou só
0,18 por partida disputada.
Mas ainda assim o guarda-redes Eduardo, 27, está longe
de ser unanimidade em Portugal, que na sexta-feira enfrentará o Brasil pela liderança do Grupo G da Copa do
Mundo de 2010.
Por ser do modesto time do
Braga, o goleiro não tem o
mesmo "marketing" dos camisas 1 dos clubes grandes,
especialmente de Quim, o
antigo titular da seleção lusa
e que defende o Benfica, o
mais popular clube do país.
Ele sofre ainda com a mídia portuguesa, que até chegou a qualificar Eduardo como goleiro de "mãos de manteiga" após levar três gols em
uma partida contra o Benfica. Hoje a imprensa critica o
treinador Carlos Queiróz por
escalar o jogador do Braga.
Mas o técnico de Portugal
tem motivos de sobra para
justificar sua escolha. Ele desistiu de Quim em novembro
de 2008, quando num amistoso contra o mesmo Brasil,
Portugal foi goleado por 6 a 2.
Eduardo entrou, e o time
passou a ser uma fortaleza na
defesa, problema crônico da
seleção europeia desde que
era comandada pelo treinador Luiz Felipe Scolari.
Portugal nunca mais perdeu e só sofreu gols três vezes
em quase dois anos.
Ao mesmo tempo, Eduardo levou o Braga ao vice-
-campeonato português e a
conquistar uma vaga na Copa dos Campeões.
Tudo isso fez o clube português negociar com um grupo de investidores o goleiro
por 4 milhões, equivalente
a quase R$ 9 milhões.
PÉS NO CHÃO
Contra a Coreia do Norte e
a Costa do Marfim, quando
novamente não foi vazado, o
goleiro Eduardo não teve
muito trabalho. Mas ele ficou
entusiasmado com a performance da sua seleção.
"Estamos praticamente
classificados, mas vamos encarar o último jogo [da primeira fase] como se tivéssemos a obrigação de vencer",
declarou o camisa 1. "Temos
essa vontade e, mesmo diante do Brasil, que será muito
complicado, vamos apresentar essa mesma motivação",
completou Eduardo.
Ele ressaltou, porém, que
sua seleção tem de manter os
pés no chão. "Não vamos entrar em euforias. Sabemos
como é o Mundial e que as
equipes são bastantes difíceis", disse.0
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E
SÉRGIO RANGEL)
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