São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Alemanha quer sigilo para decisão

Treinador vai omitir placar de rivais enquanto seu time duela com Gana

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

"Temos que nos concentrar no nosso jogo. Talvez, será útil saber o placar no final, mas não no primeiro tempo."
É isso que ordenou o técnico Joachim Löw para a Alemanha. Esqueçam o que fazem australianos e sérvios. O foco, hoje, a partir das 15h30, tem de estar todo em Gana.
"Quero evitar que a equipe nos pergunte como está o outro jogo [será no mesmo horário]", disse Löw, que corre o risco de entrar negativamente para a história do país.
Se os alemães não se classificarem para as oitavas de final, terão feito o que nenhuma outra geração da seleção europeia conseguiu até hoje.
Desde que a Copa do Mundo dividiu os competidores em grupos, em 1950, no Brasil, os alemães sempre conseguiram passar da primeira fase da competição.
Em 1938, com formato diferente -os times disputavam uma rodada preliminar antes das quartas de final-, a Alemanha não passou do primeiro teste, a Suíça.
"Parto do princípio de que vamos nos classificar. Gosto dessas situações. Haverá milhões de telespectadores no mundo inteiro, 85 mil pessoas no estádio", disse Löw.
Para a parcela alemã dessa massa não se desapontar, até mesmo um empate poderá ser o suficiente caso o outro duelo também termine sem a vitória sérvia ou uma improvável goleada australiana.
"Teremos de ser mais firmes na defesa, perder menos bolas e reencontrar nosso jogo ofensivo", disse o meia Schweinsteiger, elencando o que sua equipe terá de fazer de diferente em relação à derrota (1 a 0) para os sérvios.
"Chegar junto", por sinal, é uma característica do futebol alemão que não se vê nesta seleção. Segundo o Datafolha, o time faz 97 desarmes por jogo, a segunda pior média da Copa. A Austrália, com 94 desarmes, é a mais frouxa.
Hoje, Löw não poderá contar com o atacante Klose, expulso na partida anterior. O brasileiro Cacau, que adquiriu a cidadania no ano passado e já marcou um gol neste Mundial, será seu substituto.
"Não há razão alguma para duvidar de nossa vitória sobre Gana", disse Cacau.
Nem que para isso Joachim Löw tenha de quebrar sua promessa e, ainda na etapa inicial, soprar no ouvido de alguém da equipe o que sérvios e australianos fazem na outra decisão da chave.



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