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Alemanha quer sigilo para decisão
Treinador vai omitir placar de rivais enquanto seu time duela com Gana
RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO
"Temos que nos concentrar no nosso jogo. Talvez, será útil saber o placar no final,
mas não no primeiro tempo."
É isso que ordenou o técnico Joachim Löw para a Alemanha. Esqueçam o que fazem australianos e sérvios. O
foco, hoje, a partir das 15h30,
tem de estar todo em Gana.
"Quero evitar que a equipe
nos pergunte como está o outro jogo [será no mesmo horário]", disse Löw, que corre
o risco de entrar negativamente para a história do país.
Se os alemães não se classificarem para as oitavas de
final, terão feito o que nenhuma outra geração da seleção
europeia conseguiu até hoje.
Desde que a Copa do Mundo dividiu os competidores
em grupos, em 1950, no Brasil, os alemães sempre conseguiram passar da primeira fase da competição.
Em 1938, com formato diferente -os times disputavam uma rodada preliminar
antes das quartas de final-,
a Alemanha não passou do
primeiro teste, a Suíça.
"Parto do princípio de que
vamos nos classificar. Gosto
dessas situações. Haverá milhões de telespectadores no
mundo inteiro, 85 mil pessoas no estádio", disse Löw.
Para a parcela alemã dessa
massa não se desapontar, até
mesmo um empate poderá
ser o suficiente caso o outro
duelo também termine sem a
vitória sérvia ou uma improvável goleada australiana.
"Teremos de ser mais firmes na defesa, perder menos
bolas e reencontrar nosso jogo ofensivo", disse o meia
Schweinsteiger, elencando o
que sua equipe terá de fazer
de diferente em relação à derrota (1 a 0) para os sérvios.
"Chegar junto", por sinal,
é uma característica do futebol alemão que não se vê nesta seleção. Segundo o Datafolha, o time faz 97 desarmes
por jogo, a segunda pior média da Copa. A Austrália, com
94 desarmes, é a mais frouxa.
Hoje, Löw não poderá contar com o atacante Klose, expulso na partida anterior. O
brasileiro Cacau, que adquiriu a cidadania no ano passado e já marcou um gol neste
Mundial, será seu substituto.
"Não há razão alguma para duvidar de nossa vitória
sobre Gana", disse Cacau.
Nem que para isso Joachim Löw tenha de quebrar
sua promessa e, ainda na etapa inicial, soprar no ouvido
de alguém da equipe o que
sérvios e australianos fazem
na outra decisão da chave.
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