São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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sem controle

Luxemburgo tem seu time mais cabeça quente

Palmeiras atual é a equipe com maior média de expulsões já comandada pelo técnico no Brasileiro de pontos corridos

Grupo alviverde já acumula 5 vermelhos em 13 jogos, e diretoria age com multa a Denílson e Kléber, o mais indisciplinado do torneio


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Richarlyson, em jogada perigosa no treino de ontem do São Paulo, quinto colocado no Brasileiro

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanderlei Luxemburgo está com dificuldade para domar suas feras. Na verdade, o técnico palmeirense nunca teve tanto trabalho para controlar os nervos de seus comandados.
O resultado disso é que ele jamais teve um time tão indisciplinado como o atual nas equipes que comandou no Brasileiro de pontos corridos.
A média de expulsões do Palmeiras é de 0,38 por partida, quase o dobro do maior índice que havia sido alcançado por um time de Luxemburgo.
Até então, o recorde negativo fora atingido em 2006, quando o Santos recebeu oito vermelhos em 38 jogos, 0,21 de média.
Em 2008, os palmeirenses, após 13 partidas, já tiveram cinco exclusões -três delas com o atacante Kléber, o mais indisciplinado do campeonato.
A última expulsão, domingo, contra o Goiás, somada a outro cartão vermelho, recebido por Denílson, que, segundo o árbitro Alício Pena Júnior, o chamou de "safado", revoltou Luxemburgo e a diretoria do clube. Ontem, o diretor de futebol Genaro Marino confirmou que os dois serão multados.
"Não vamos admitir esse tipo de postura", afirmou o cartola.
A diretoria e Luxemburgo deram uma dura no grupo, pela indisciplina e pela falta de resultados -o time está em sexto.
"Tivemos uma reunião para que a equipe possa ter mais tranqüilidade, pois estamos sofrendo grandes prejuízos com as expulsões", contou o artilheiro do time, Alex Mineiro.
O diretor de futebol palmeirense avisou que um trabalho de reciclagem será feito com o grupo, especialmente com Kléber. A idéia é passar ao jogador que ele deve diminuir o contato físico com os adversários.
"Nós queremos que ele evite ao máximo isso. É uma questão que será trabalhada pela comissão técnica. Talvez ele tenha de passar a bola mais rápido", afirmou o dirigente, que criticou o nível das arbitragens. "De uma maneira geral, está muito ruim.
Temos visto mais os juízes preocupados se o técnico está fora da área técnica."
Luxemburgo segue a mesma linha e vislumbra o futuro da equipe na competição. "Não estou falando apenas desse jogo em si. Temos uma seqüência de jogos decisivos, e expulsões desse tipo não podem mais acontecer", declarou.
A julgar pelos números, ele tem razão. Quando conquistou o bicampeonato brasileiro, em 2003 e 2004, com Cruzeiro e Santos, suas equipes eram exemplo de "fair play".
Com a equipe mineira, foram sete expulsos em 46 duelos -média de apenas 0,15. No ano seguinte, o time do litoral recebeu só três cartões vermelhos em 38 rodadas, com uma média de 0,08 expulsão por jogo.
Após a conquista do Paulista-08, que encerrou um jejum que durava desde 1996, o Palmeiras esperava disputar o Brasileiro sem tanta pressão. Na vitoriosa campanha do Estadual, a equipe de Luxemburgo mostrou estar com a cabeça mais fria.
Foram quatro vermelhos em 23 jogos, uma média de 0,17 expulsão por confronto.


Colaborou FÁBIO TURA, do Datafolha


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