São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Arena do PR afasta a ameaça de corte

Governos criam "engenharia financeira" para Atlético poder bancar reforma em seu estádio para a Copa-2014

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Antes ameaçada de corte por falta de garantias financeiras, assim como ocorrera com o Morumbi, a Arena da Baixada, no Paraná, caminha para assegurar sua vaga na Copa do Mundo de 2014.
Sem condições de bancar os R$ 138 milhões previstos para a reforma do estádio, o Atlético-PR foi socorrido pelos governos estadual e municipal, que criaram uma engenharia financeira para evitar o corte de Curitiba do segundo Mundial no Brasil.
A ideia é utilizar empréstimo de cerca de R$ 80 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o restante seria bancado pelo próprio clube. Para obter o financiamento no banco estatal, será apresentado como garantia de quitação da dívida o potencial construtivo da região da Arena da Baixada.
A prefeitura finaliza os cálculos, mas já estima que o potencial construtivo da área é de cerca de R$ 90 milhões.
"O BNDES ontem [anteontem] nos deu retorno, ainda que verbal, acatando as garantias que a prefeitura está providenciando", afirmou Luiz de Carvalho, gestor municipal da Copa em Curitiba.
Segundo Carvalho, o acordo verbal com o banco estatal trouxe "um alívio muito grande". Há um mês, boatos insinuavam que o estádio do Atlético-PR seria cortado logo depois do Morumbi.
"Acho que muito em breve as obras na Arena da Baixada serão iniciadas, e elas devem terminar rápido porque o estádio já está 60% pronto", declarou o gestor.
Os governos estadual e municipal ainda buscam intervir perante o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) para que o banco atue como repassador do empréstimo do BNDES, já que este não disponibiliza crédito diretamente a clubes.
O único impasse se refere às taxas de juros cobradas pelos bancos para concretizar o empréstimo. Por exigir um banco repassador para clubes, a linha de financiamento do BNDES acaba sendo mais vantajosa para os estádios públicos, com juros somados de 8% ao ano.
Segundo Carvalho, as taxas exigidas para o financiamento da Arena da Baixada giram em torno de 11% ao ano. "É altíssima. Acho que uma taxa de algo em torno de 5%, 6% estaria atendendo às nossas necessidades", disse.
Para tentar baixar os juros, o governador do Paraná, Orlando Pessutti (PMDB), faz um lobby perante o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
De acordo com Carvalho, as garantias da Arena da Baixada serão apresentadas ao COL (Comitê Organizador Local) em, no máximo, 30 dias.
Os governos estadual e municipal apostam ainda que o valor de reforma do estádio deve ser 25% menor do que os R$ 138 milhões inicialmente previstos, já que haverá isenções fiscais na obra.



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