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Arena do PR afasta a ameaça de corte
Governos criam "engenharia financeira" para Atlético poder bancar reforma em seu estádio para a Copa-2014
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO
Antes ameaçada de corte
por falta de garantias financeiras, assim como ocorrera
com o Morumbi, a Arena da
Baixada, no Paraná, caminha para assegurar sua vaga
na Copa do Mundo de 2014.
Sem condições de bancar
os R$ 138 milhões previstos
para a reforma do estádio, o
Atlético-PR foi socorrido
pelos governos estadual e
municipal, que criaram uma
engenharia financeira para
evitar o corte de Curitiba do
segundo Mundial no Brasil.
A ideia é utilizar empréstimo de cerca de R$ 80 milhões
do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) e o restante
seria bancado pelo próprio
clube. Para obter o financiamento no banco estatal, será
apresentado como garantia
de quitação da dívida o potencial construtivo da região
da Arena da Baixada.
A prefeitura finaliza os cálculos, mas já estima que o
potencial construtivo da área
é de cerca de R$ 90 milhões.
"O BNDES ontem [anteontem] nos deu retorno, ainda
que verbal, acatando as garantias que a prefeitura está
providenciando", afirmou
Luiz de Carvalho, gestor municipal da Copa em Curitiba.
Segundo Carvalho, o acordo verbal com o banco estatal trouxe "um alívio muito
grande". Há um mês, boatos
insinuavam que o estádio do
Atlético-PR seria cortado logo depois do Morumbi.
"Acho que muito em breve
as obras na Arena da Baixada
serão iniciadas, e elas devem
terminar rápido porque o
estádio já está 60% pronto",
declarou o gestor.
Os governos estadual e
municipal ainda buscam intervir perante o BRDE (Banco
Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) para que o
banco atue como repassador
do empréstimo do BNDES, já
que este não disponibiliza
crédito diretamente a clubes.
O único impasse se refere
às taxas de juros cobradas
pelos bancos para concretizar o empréstimo. Por exigir
um banco repassador para
clubes, a linha de financiamento do BNDES acaba sendo mais vantajosa para os estádios públicos, com juros
somados de 8% ao ano.
Segundo Carvalho, as taxas exigidas para o financiamento da Arena da Baixada
giram em torno de 11% ao
ano. "É altíssima. Acho que
uma taxa de algo em torno de
5%, 6% estaria atendendo às
nossas necessidades", disse.
Para tentar baixar os juros,
o governador do Paraná, Orlando Pessutti (PMDB), faz
um lobby perante o ministro
do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente do
BNDES, Luciano Coutinho.
De acordo com Carvalho,
as garantias da Arena da Baixada serão apresentadas ao
COL (Comitê Organizador Local) em, no máximo, 30 dias.
Os governos estadual e
municipal apostam ainda
que o valor de reforma do estádio deve ser 25% menor do
que os R$ 138 milhões inicialmente previstos, já que haverá isenções fiscais na obra.
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