|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLETISMO
Desfalcado de Claudinei Quirino e Maurren Maggi, país tenta volta ao pódio no evento, que começa hoje, em Paris
Brasil busca evitar vexame em Mundial
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a terceira menor delegação de sua história e sem contar
com algumas estrelas, o Brasil inicia hoje a participação no Mundial de Paris com o desafio de evitar seu maior jejum de medalhas.
Desde a primeira edição do
Mundial, em Helsinque-83, o Brasil nunca ficou duas edições seguidas sem ganhar medalha. Em
Edmonton-01, o país não subiu ao
pódio. As chances de isso voltar a
acontecer em Paris são enormes.
Mesmo com a Confederação
Brasileira de Atletismo tendo
adotado critérios menos rigorosos para a convocação, o país não
conseguiu classificar mais de 17
atletas para a competição. Há dois
anos, 20 competidores viajaram
para o Mundial canadense.
A principal ausência na delegação é a de Maurren Maggi, 27,
bronze no salto em distância no
Mundial indoor de Birmingham,
em março, e dona das três melhores marcas do ano na prova.
Ela foi suspensa preventivamente pela Associação Internacional das Federações de Atletismo, a Iaaf, por ter testado positivo
para o esteróide anabólico clostebol em junho, no Troféu Brasil.
Também não competem os dois
últimos medalhistas do Brasil em
Mundiais, os velocistas Sanderlei
Parrela e Claudinei Quirino, que
foram prata, respectivamente,
nos 400 m e 200 m em Sevilha-99.
Quirino desistiu de viajar na semana passada, por causa de dores
no calcanhar. Parrela nem obteve
o índice para o Mundial.
"O Claudinei fará falta, mas vamos ter uma equipe forte do mesmo jeito", disse Jayme Netto, técnico do revezamento 4 x 100 m,
em referência a um dos titulares
da equipe. A vaga de Quirino será
preenchida por Cláudio Roberto
Souza ou Jarbas Mascarenhas.
Nessa prova reside a principal
chance do país de conquistar uma
medalha. Vicente Lenílson, Edson Luciano, André Domingos e
Quirino possuem o quarto melhor tempo de 2003, 38s44, que foi
registrado neste mês, no Pan-Americano de Santo Domingo.
Na bagagem, carregam ainda a
prata olímpica obtida em Sydney-00. No último Mundial, no entanto, um erro na passagem do bastão eliminou o time da final.
Hudson de Souza, que ganhou
dois ouros no Pan (1.500 m e 5.000
m), correrá só a prova de meio-fundo. E admite que as chances de
pódio são remotas. "O Mundial
será bem mais difícil [do que o
Pan]. Vou tentar ficar entre os oito primeiros", contou ele, que
não foi à final em Edmonton-01.
Seis brasileiros competem hoje:
Sérgio Galdino (marcha de 20
km), Elisângela Adriano (lançamento de disco), Jadel Gregório
(salto triplo), Anderson Santos
(400 m), Fabrício Romero (salto
em altura) e Hudson (1.500 m).
Com exceção da marcha, as demais provas são eliminatórias.
No salto triplo, Jadel irá enfrentar Jonathan Edwards, 37, campeão olímpico em Sydney e atual
recordista mundial da prova. O
britânico anunciou ontem que irá
se aposentar após este Mundial.
Outra estrela da competição será o norte-americano Tim Montgomery, dono da melhor marca
mundial dos 100 m. Sua mulher,
Marion Jones, campeã dos 200 m
em Edmonton, não viajou. Ela
deu à luz em julho e está, até agora, afastada das competições.
Texto Anterior: Ilan tenta desencantar Próximo Texto: Ginástica: Injeção libera Diego Hypólito para a final Índice
|