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GINÁSTICA
Lesionado, ele atua no solo
Injeção libera Diego Hypólito para a final
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje, a partir das 20h30, quando pisará o tablado do Arrowhead
Pond para buscar um pódio histórico para o Brasil, o paulista
Diego Hypólito, 17, irá ousar e enfrentar uma maratona que dita
suas performances há dois meses.
A novidade ficará por conta de
o ginasta estrear na final do solo
no Mundial de Anaheim novos
exercícios, considerados de alta
dificuldade. "É uma série em que
o Diego pode ganhar até 0,70 ponto a mais em sua nota, mas ele
corre risco de sair do tablado [o
que desconta pontos]", diz Vicélia
Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Ao mesmo tempo em que arriscará novas acrobacias diante do
americano Paul Hamm, 21, que se
sagrou campeão do concurso individual geral em Anaheim, e do
romeno Marian Dragulesco, 22,
atual campeão mundial no solo,
Diego seguirá à risca o tratamento
de uma lesão no tornozelo.
Ao todo, o ginasta será submetido a três sessões de fisioterapia e,
no aquecimento para a competição, se voltar a sentir as fortes dores no pé, irá recorrer à injeção de
antiinflamatório que lhe permite
executar sua série.
"É apenas um analgésico, que a
gente faz a aplicação intramuscular para ter efeito rápido", explica
Mario Namba, médico da delegação brasileira no Mundial.
O recurso já foi utilizado pelo
atleta no Pan-2003, quando obteve duas pratas (por equipes e no
salto), e no último domingo, dia
em que a seleção masculina conseguiu garantir o gaúcho Mosiah
Rodrigues em Atenas-2004.
Segundo Diego, a fratura no tornozelo esquerdo foi causada em
um treino da seleção em junho e
só irá deixá-lo em paz quando
acabarem as competições.
"É um martírio. Só irei curá-la
quando tiver folga. Enquanto isso, tenho que tomar remédio e injeção, pois dói muito. Mas só o fato de atuar já é uma vitória. Subir
ao pódio, então, será um sonho",
diz Diego, que chegou à final com
a quinta melhor nota -9,550.
Dono da melhor marca de um
brasileiro em Mundiais -quarto
lugar no solo em Debrecen-02-,
mesmo se não ganhar nada hoje e
amanhã, quando disputará a final
do salto, ele já deixará os EUA
com outra marca: a de ser o único
ginasta do país a alcançar duas
decisões por aparelhos em um
Pré-Olímpico de ginástica.
Ontem, a irmã de Diego, Daniele, e Camila Comin competiriam
na final do individual geral após o
fechamento desta edição.
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