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AUTOMOBILISMO
Há mais de dois meses o ferrarista não consegue uma pole ou uma vitória na F-1
Schumacher luta contra pior fase desde 97
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
Na história da F-1, ninguém foi
mais "1" do que Michael Schumacher. Pentacampeão mundial, há
três temporadas o piloto alemão
carrega o número em seu carro,
distinção oferecida pela FIA, desde os anos 70, ao atual campeão
da categoria. Antes disso, já o havia usado em 1995 e 1996.
Hoje, isso soa como ironia. Há
mais de dois meses, Schumacher
não consegue, em um treino oficial ou GP, o número que sempre
foi sua obsessão. Ao que tudo indica, o jejum vai aumentar neste
final de semana, em Budapeste.
Ontem, na sessão pré-classificatória para o GP da Hungria, 13ª
etapa do campeonato, Schumacher ficou apenas na nona colocação, a 1s072 de Jarno Trulli, da Renault, o mais rápido do dia.
E é azarão no treino que vai definir o grid de largada, hoje, a partir
das 9h, com TV. Amanhã, o GP
começa no mesmo horário.
Sua última pole foi na Áustria,
em 17 de maio. A última vitória
veio em 15 de junho, no Canadá.
De lá para cá, já são 69 dias de
frustração. Pior: desde 18 de julho,
a sexta-feira do GP da Inglaterra,
Schumacher fica atrás do companheiro, Rubens Barrichello, em
treinos oficiais e corridas -ontem, o brasileiro foi quinto.
A última vez em que o alemão
enfrentou uma fase tão ruim foi
em 1997, quando também ficou
apagado por quatro GPs. Era época de uma Ferrari ainda muito desorganizada, que lutava para um
dia voltar a ser competitiva.
Receosa com a iminente perda
do "1" mais importante, a liderança do Mundial de Pilotos, a imprensa italiana tenta descobrir o
que ocorre. "Há um problema
grave, mas não se sabe qual é. Pela
quarta vez seguida, Schumacher
ficou atrás de Barrichello em uma
classificação. Isso não é normal",
escreve hoje, por exemplo, o "La
Repubblica", de Roma.
Seis pontos à frente de Juan Pablo Montoya e a nove de Kimi
Raikkonen no Mundial, faltando
quatro etapas para o fim do campeonato, Schumacher tenta passar uma idéia de tranquilidade.
"Fui o primeiro a participar do
treino e peguei a pista ainda muito suja. O resultado não foi tão
ruim assim. A turma está perto de
mim", afirmou, após o treino.
O alemão se referiu aos maus resultados de seus adversários diretos, Montoya e Kimi Raikkonen,
oitavo e 12º no treino de ontem.
Os dois, porém, têm um paliativo:
os companheiros ficaram à frente
das Ferrari. Ou seja, têm carro para bater Schumacher hoje.
Fora da pista, o alemão também
não tem levado sorte. Ontem, por
exemplo, poderia ter sido beneficiado por uma punição a Raikkonen -o finlandês foi convocado
pela entidade máxima do automobilismo, ao lado de Barrichello
e Ralf Schumacher, para mais
uma audiência sobre a batida no
GP da Alemanha, no dia 3.
Os juízes, porém, decidiram não
punir mais ninguém. A "novela"
acabou apenas com a punição de
US$ 50 mil imposta a Ralf.
Schumacher, mais uma vez,
tentou mostrar solidez. "Estou
confiante para o resto do final de
semana. Até agora, está melhor
do que Hockenheim [largou em
sexto e terminou em sétimo]",
disse, no paddock de Budapeste.
Outra ironia. Foi na Hungria
que, em 2001, ele conquistou o tetra. Foi na Hungria que, em 2002,
a Ferrari conquistou seu 12º Mundial de Construtores. Mas tudo isso já faz parte do passado.
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