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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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AUTOMOBILISMO

Há mais de dois meses o ferrarista não consegue uma pole ou uma vitória na F-1

Schumacher luta contra pior fase desde 97

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

Na história da F-1, ninguém foi mais "1" do que Michael Schumacher. Pentacampeão mundial, há três temporadas o piloto alemão carrega o número em seu carro, distinção oferecida pela FIA, desde os anos 70, ao atual campeão da categoria. Antes disso, já o havia usado em 1995 e 1996.
Hoje, isso soa como ironia. Há mais de dois meses, Schumacher não consegue, em um treino oficial ou GP, o número que sempre foi sua obsessão. Ao que tudo indica, o jejum vai aumentar neste final de semana, em Budapeste.
Ontem, na sessão pré-classificatória para o GP da Hungria, 13ª etapa do campeonato, Schumacher ficou apenas na nona colocação, a 1s072 de Jarno Trulli, da Renault, o mais rápido do dia.
E é azarão no treino que vai definir o grid de largada, hoje, a partir das 9h, com TV. Amanhã, o GP começa no mesmo horário.
Sua última pole foi na Áustria, em 17 de maio. A última vitória veio em 15 de junho, no Canadá.
De lá para cá, já são 69 dias de frustração. Pior: desde 18 de julho, a sexta-feira do GP da Inglaterra, Schumacher fica atrás do companheiro, Rubens Barrichello, em treinos oficiais e corridas -ontem, o brasileiro foi quinto.
A última vez em que o alemão enfrentou uma fase tão ruim foi em 1997, quando também ficou apagado por quatro GPs. Era época de uma Ferrari ainda muito desorganizada, que lutava para um dia voltar a ser competitiva.
Receosa com a iminente perda do "1" mais importante, a liderança do Mundial de Pilotos, a imprensa italiana tenta descobrir o que ocorre. "Há um problema grave, mas não se sabe qual é. Pela quarta vez seguida, Schumacher ficou atrás de Barrichello em uma classificação. Isso não é normal", escreve hoje, por exemplo, o "La Repubblica", de Roma.
Seis pontos à frente de Juan Pablo Montoya e a nove de Kimi Raikkonen no Mundial, faltando quatro etapas para o fim do campeonato, Schumacher tenta passar uma idéia de tranquilidade.
"Fui o primeiro a participar do treino e peguei a pista ainda muito suja. O resultado não foi tão ruim assim. A turma está perto de mim", afirmou, após o treino.
O alemão se referiu aos maus resultados de seus adversários diretos, Montoya e Kimi Raikkonen, oitavo e 12º no treino de ontem. Os dois, porém, têm um paliativo: os companheiros ficaram à frente das Ferrari. Ou seja, têm carro para bater Schumacher hoje.
Fora da pista, o alemão também não tem levado sorte. Ontem, por exemplo, poderia ter sido beneficiado por uma punição a Raikkonen -o finlandês foi convocado pela entidade máxima do automobilismo, ao lado de Barrichello e Ralf Schumacher, para mais uma audiência sobre a batida no GP da Alemanha, no dia 3.
Os juízes, porém, decidiram não punir mais ninguém. A "novela" acabou apenas com a punição de US$ 50 mil imposta a Ralf.
Schumacher, mais uma vez, tentou mostrar solidez. "Estou confiante para o resto do final de semana. Até agora, está melhor do que Hockenheim [largou em sexto e terminou em sétimo]", disse, no paddock de Budapeste.
Outra ironia. Foi na Hungria que, em 2001, ele conquistou o tetra. Foi na Hungria que, em 2002, a Ferrari conquistou seu 12º Mundial de Construtores. Mas tudo isso já faz parte do passado.


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