São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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Atletismo vislumbra recordes

Mundial, que começa amanhã, em Osaka, tem apostas de novas marcas com atletas de 4 continentes

Se em Helsinque-05 o foco estava concentrado na russa Yelena Isinbayeva, no salto com vara, há esperança em ao menos 5 provas agora

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mundial de atletismo de Osaka, que tem início amanhã, promete recolocar a modalidade no caminho dos recordes.
Vários atletas, de quatro continentes, chegam ao Japão com boas chances de superar marcas, algumas antigas. Historicamente, a competição é modesta na superação de recordes.
Na última edição, em Helsinque-05, foram batidos só três recordes, sendo o mais retumbante o da russa Yelena Isinbayeva, que superou os cinco metros no salto com vara (5,01 m).
A "chuva" de recordes ocorreu em Stuttgart-93, quando cinco novas marcas foram obtidas. A única ainda em vigor é a do 4 x 100 m dos EUA (37s40).
Em Helsinque, a grande expectativa estava concentrada em Isinbayeva. O salto com vara foi várias vezes adiado devido às chuvas só para a russa ter totais condições de superar seu recorde. Em Osaka, além da saltadora, as apostas estão diluídas por vários competidores.
É o caso do chinês Liu Xiang (110 m com barreiras), do etíope Kenenisa Bekele (5.000 m), dos norte-americanos Jeremy Wariner (400 m) e Tyson Gay (100 m), do jamaicano Asafa Powell (100 m) e da croata Blanka Vlasic (salto em altura).
Wariner, 23, campeão olímpico e mundial, correu os 400 m em 43s50 no início do mês no SuperGP de Estocolmo.
Desde o recorde de Michael Johnson (43s18), em 1999, ninguém fora tão rápido. A marca ainda parece longe de ser superada? Não para o recordista.
"Acredito que Jeremy irá me superar. Se não for agora, no Mundial, será na Olimpíada de Pequim [2008]", diz Johnson, apelidado de Pato por causa de seu jeito peculiar de correr.
Wariner é mais modesto. "Há uma chance [de bater o recorde]. A pista é realmente rápida, mas vou fazer a minha corrida."
Outro que promete novas marcas é Asafa Powell. Ele já igualou duas vezes seu tempo nos 100 m (9s77). "Se as condições forem boas, poderei bater. Mas o mais importante é vencer", diz Powell, que busca o primeiro título mundial -não foi a Helsinque devido a lesão.
Seu rival será Tyson Gay, dono da melhor marca do ano (9s84). À sua frente na história, só Powell, Maurice Greene e Justin Gatlin, cuja marca está pendente por causa de doping.
Nos 110 m com barreiras, Liu Xiang cravou 12s92 no início de junho, só quatro centésimos acima de seu próprio recorde.
"Não podemos garantir nada. Mas ele corre pelo ouro", analisa o técnico Sun Haiping, que está seguro de que o pupilo correrá abaixo dos 13 segundos.
Nas provas de fundo, a aposta é em Bekele. Em 2007, o etíope foi quem mais se aproximou de sua melhor marca nos 5.000 m (12min37s35). Competiu pouco e centra forças no Mundial.
Entre caras conhecidas, é Blanka Vlasic quem surpreende. A croata saltou 2,07 m no início do mês. Havia 19 anos que ninguém obtinha marca tão expressiva no salto em altura. "Espero manter a regularidade e lutar por medalha."


Com agências internacionais

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