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Quando Josko Vlasic ganhou o decatlo nos Jogos Mediterrâneos, em 1983, quis homenagear a cidade onde obteve sua maior conquista: Casablanca. Poucos meses depois, nascia sua filha, Blanka.
"Infelizmente, não tive apoio dos meus pais. E as más condições para treinar me impediram de melhorar", diz ele, cinco vezes campeão da ex-Iugoslávia. Hoje técnico, Josko tenta dar à filha a estrutura que não teve. Bicampeã mundial júnior, Blanka, 23, tenta, em Osaka, seu primeiro ouro no adulto.
"Ninguém me conhece como ele. É o meu grande apoio na vida e no esporte. Tenho sorte de tê-lo ao meu lado", afirmou Blanka à Folha em um intervalo de treinos, já no Japão.
A croata impressiona pelo físico privilegiado. Com pernas longas e 1,93 m, é mais alta que a maioria dos competidores, até do masculino. Javier Sotomayor, ainda recordista mundial, tem 1,94 m.
Lapidada na paradisíaca Split, Blanka sabe que está perto de concretizar as expectativas do pai. "Nada ocorre do dia para a noite. Construí meus resultados nos treinos desses anos todos, passo a passo. Mas esta tem sido minha temporada dos sonhos."
De fato, ninguém apresenta resultados tão consistentes quanto Blanka. Por 11 vezes, a croata saltou 2 m ou mais. Venceu duas etapas da Liga de Ouro (Paris e Roma), o mais badalado conjunto de provas do calendário.
É a maior ameaça ao reinado da búlgara Stefka Kostadinova, cujo recorde (2,09 m) está prestes a completar 20 anos. É um dos mais antigos do atletismo. "Stefka foi excepcional. Muitas tentaram quebrar sua marca, mas ela ainda está esperando um salto perfeito. Luto para consegui-lo."0 (ALF)


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