São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001

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FUTEBOL

A nova geração

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem tem a melhor seleção do mundo: a Argentina, o Brasil ou a França? Isso será esclarecido nesta semana, no Mundial juvenil de Trinidad e Tobago.
Os países que ocupam as três primeiras posições no ranking da Fifa de seleções principais são os favoritos para conquistar o Mundial sub-17 deste ano.
Mas será que daria para fazer uma relação entre o futebol que juvenis e adultos desses três países têm praticado? No caso de Argentina e França, certamente.
Hoje, pelas quartas-de-final do Mundial juvenil, Brasil e França fazem um jogo mais do que esperado. Não por ser uma revanche minimizada das derrotas brasileiras na Copa-98 e na Copa das Confederações deste ano, mas por reunir os únicos times que marcaram mais de três gols por partida, em média, neste Mundial sub-17.
Os franceses, donos do melhor ataque da competição, gozam de invejável infra-estrutura, a mesma que os atuais campeões mundiais e europeus adultos usufruem. Fizeram campanha sensacional no Europeu sub-17, na Inglaterra, batendo os anfitriões na semifinal (4 a 0). Só caíram diante da Espanha (1 a 0), na final.
A boa defesa espanhola, porém, não resistiu ao talento dos argentinos. No melhor jogo da primeira fase do Mundial, a Argentina, vice-campeã sul-americana juvenil, fez 4 a 2 nos campeões europeus.
A seleção argentina, comandada pelo técnico Hugo Tocalli, mantém a filosofia de jogo da melhor seleção adulta da América na atualidade, guiada por Marcelo Bielsa, e da seleção campeã mundial júnior, capitaneada por Jose Pekerman.
""Nosso time tenta tomar a iniciativa e está sempre procurando usar a bola com inteligência. O que nós temos, acima de tudo, é a qualidade de jogar um bom futebol", diz Tocalli, um ex-goleiro que chegou a jogar com o jovem Maradona nos anos 70.
A Argentina pega Mali amanhã pelas quartas-de-final e, se não houver surpresa, joga com o vencedor de Brasil x França na semifinal, na quinta. Mas, e o Brasil?
A seleção brasileira sub-17 venceu na decisão do Sul-Americano, por 2 a 0, a Argentina. O time desfruta da estrutura, do poderio e da bagunça da CBF, como a equipe de Luiz Felipe Scolari.
A infinidade de talentos do país garante sempre competitividade, mas as equipes de base do Brasil não reúnem, necessariamente, os atletas mais adequados. Interesses de terceiros, especialmente de empresários, ajudam tradicionalmente a moldar os times.
Diferentemente do que acontece com o time adulto, o Brasil sub-17 tem tempo para treinar e tranquilidade para jogar. E o trabalho do técnico Sérgio Farias não é uma extensão do trabalho do treinador da equipe principal (nos juvenis, o Brasil não oferece o empate ao rival antes do jogo).
Argentina, Brasil e França estão hoje no mesmo nível nos juvenis, com o time brasileiro aparecendo até com mais potencial. O mesmo não se repete com as seleções adultas, uma vez que a equipe de Scolari assumidamente é inferior às de Argentina e França.
Para a Copa-2002, os favoritos são os argentinos e os franceses. Já para a Copa-2014, provavelmente na América do Sul, com alguns dos jogadores que disputam o Mundial sub-17 deste ano, os brasileiros estão entre os mais cotados, junto com os argentinos e os franceses. Mas se não olharmos para as nossas crianças...


A nova Holanda
A federação holandesa ajudará a Fifa financeiramente a ajudar Suriname, Antilhas Holandesas e Aruba. Na verdade, a ajuda é para a própria Holanda, que precisa descobrir novos Davids, Rijkaards...


O novo apito 1
A escolha de um árbitro argentino para o jogo entre Brasil e Chile é curiosa, seja porque juízes de outros continentes estavam apitando os jogos decisivos na América do Sul, seja porque já houve rumores de ajuda argentina ao Brasil em um passado recente.

O novo apito 2
O brasileiro Carlos Eugênio Simon vai apitar um jogo decisivo nas eliminatórias asiáticas, na sexta: Arábia Saudita x Irã. Paralelamente à disputa dos países (os atentados nos EUA deram mais visibilidade ao jogo), Simon carimba o passaporte para a Copa.

E-mail rbueno@folhasp.com.br



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