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Só Libertadores segura Caio Jr. no Palmeiras em 2008
Apesar de técnico afirmar viver boa fase, renovação de seu vínculo depende de classificação à competição continental
Para tirar foco do treinador, diretoria arma estratégia e diz que conversas a respeito de contratos, inclusive com atletas, só após o Brasileiro
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Martinez brinca com a bola em treino do Palmeiras em Jarinu, para o clássico com o Corinthians |
DA REPORTAGEM LOCAL
Fora das semifinais do Paulista. Eliminado da Copa do
Brasil pelo o modesto Ipatinga
em pleno Parque Antarctica. E
já considerado, pela cúpula do
clube, alijado da disputa do título do Brasileiro a 12 rodadas
do término da competição.
Depois de seguidas frustrações, a era estéril de Caio Júnior tem um último suspiro para se perpetuar em 2008: terminar o Nacional entre os quatro primeiros, a fim de garantir
o Palmeiras na Libertadores.
Se o discurso do técnico palmeirense é o de que o time vive
bom momento, apesar da curva
descendente da equipe, a postura da diretoria em não cogitar
a antecipação de sua renovação
sinaliza o contrário.
Toninho Cecílio, gerente de
futebol do clube, disse que a
não-antecipação do contrato
-o atual acaba em dezembro-
faz parte de uma estratégia.
"Estamos trabalhando com o
pensamento de ter o Caio Jr. no
ano que vem. Mas existem outras pendências. É nosso direito esperar terminar o campeonato para conversar sobre renovação. Caso o time se classifique para a Libertadores, o investimento vai ter de ser analisado", afirmou o dirigente.
Para que o foco não fique
apenas em cima da renovação
ou não do vínculo com o treinador, os cartolas do clube decidiram cravar uma data para que
as negociações envolvendo
Caio Jr. ou algum jogador -como o atacante Edmundo- sejam tratadas publicamente: 3
de dezembro, um dia após o
término do Brasileiro.
A postura cautelosa da diretoria em relação ao técnico se
justifica por dois fatores: o primeiro é ver passar 2007 sem
um título importante. O outro é
o efeito gangorra da equipe, que
não consegue emplacar uma
seqüência de vitórias que a permita deslanchar na tabela.
Uma ala de conselheiros e
também pessoas com acesso ao
presidente Affonso della Monica já fazem corrente pela renovação no futebol caso o time
passe em branco. E essa pressão, que voltou a ter voz nas
derrotas para São Paulo e Cruzeiro, ganhou ainda mais força
após o revés da última rodada,
diante do Atlético-PR, time que
luta contra o rebaixamento.
Preocupado em armar o time
para o clássico contra o Corinthians, Caio Jr. descartou qualquer tipo de pressão, apesar de
o Palmeiras ter somado quatro
pontos dos últimos 15 que disputou, com três derrotas, um
empate e uma vitória.
"O time vive bom momento,
e o ambiente é ótimo, posso garantir. O que aconteceu é que
tivemos uma seqüência difícil
na tabela [referindo-se a São
Paulo, Cruzeiro e Botafogo]. A
derrota para o Atlético-PR é
que não estava nos planos, e vamos ter de recuperar agora", falou o treinador.
A situação pela qual passa o
comandante palmeirense não
chega a ser inédita no clube.
Em 2004, o então técnico Estevam Soares enfrentou pressão
semelhante. O treinador só ganhou carta-branca do presidente na época, Mustafá Contursi, para seguir com o time no
ano seguinte após classificar a
equipe para a Libertadores-05.
E, se for levado em conta o
tempo de permanência de Caio
Júnior no clube, pode-se dizer
que ele já conseguiu uma façanha difícil de ser alcançada no
Palmeiras neste século.
Contra o Corinthians, completa o 49º jogo no time. Apenas Jair Picerni (78 partidas) e
Emerson Leão (59) foram mais
longe do que ele no time alviverde. Caio Jr. já ultrapassou o
próprio Estevam Soares (47).
Talvez estes números expliquem por que, mesmo sob a
pressão de precisar chegar entre os quatro primeiros do campeonato, ele demonstre uma
postura tranqüila diante da incerteza de ser ou não o técnico
do Palmeiras em 2008.
"Eu estou acostumado a superar problemas", costuma repetir o treinador palmeirense,
que no ano passado classificou
o Paraná para o torneio continental.
(TONI ASSIS)
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