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Por semifinal, "baixinhas" da seleção vão a campo
Brasil joga por lugar na próxima fase do Mundial da China contra a Austrália
Ao contrário da equipe masculina, cheia de atletas altos e pesados, a feminina tem biótipo bem mais frágil do que a maioria das rivais
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Copa da Alemanha, no
ano passado, o Brasil tinha o
quarteto ofensivo com os jogadores mais fortes (contabilizando altura e peso) entre os
grandes favoritos ao título.
Com as mulheres a coisa é diferente. O time nacional, que
hoje, às 9h, joga contra a Austrália por uma vaga nas semifinais do Mundial da China, brilha com um elenco "mirrado".
Entre as oito seleções que
passaram da primeira fase, apenas a Coréia do Norte tem uma
média de altura menor do que a
das jogadoras brasileiras.
As 21 convocadas pelo técnico Jorge Barcellos têm, em média, 1,67 m, contra, por exemplo, 1,71 m das americanas.
E a marca brasileira só não é
menor por causa das defensoras e de muitas reservas. Do
meio-campo para frente o time
tem corpos ainda menores.
Com exceção da volante Renata Costa (1,71 m), nenhuma
brasileira titular do meio-campo e do ataque ultrapassa o 1,68
m. A menor delas é a meia Maycon, com apenas 1,55 m.
Marta foi eleita e melhor jogadora do mundo com um corpo bem diferente de outras
grandes jogadores européias. A
alemã Birgit Prinz, por exemplo, que também é atacante,
mede 1,79 m, ou 17 centímetros
a mais do que a brasileira. O peso da européia é 18 quilos maior
do que o da sul-americana.
Contra a Austrália, é melhor
as atletas nacionais esquecerem o jogo aéreo. Um dos destaques do time da Oceania, que
avançou na sua chave em segundo lugar e com só uma vitória em três jogos, é a zagueira
Salisbury, que tem 1,80 m.
A preparação física de boa
parte da seleção feminina é
muito diferente da masculina,
que tem praticamente todos os
seus integrantes em clubes europeus, com sofisticados centros de treinamento.
As brasileiras que não conseguiram um emprego na Europa
ficam no próprio país, sem
competições regulares de clubes, com uma infra-estrutura
precária e dinheiro curto para
uma alimentação adequada.
Mas a falta de corpos fortes
não fez diferença até aqui.
O time foi o único a terminar
a primeira fase com 100% de
aproveitamento -venceu, pela
ordem, Nova Zelândia, China e
Dinamarca. Só Brasil e Alemanha não foram vazados na parte
inicial da competição, sendo
que o time nacional foi o que
menos sofreu finalizações no
Mundial -foram apenas 14 em
três partidas.
O ataque também funcionou.
O time já acumula dez tentos
no campeonato.
Marta, que já fez quatro gols,
assusta as adversárias, e o resto
do time comemora a atenção
que ela desperta nas rivais.
"Quando os times enfrentam
a melhor jogadora do mundo é
normal que eles a marquem de
perto. Se derem espaço a ela,
sua qualidade irá gerar dividendos. Mas, se colocarem três defensores em cima dela, isso deixará muito espaço para as outras jogadoras", disse Barcellos
ao site da Fifa. "E o Brasil é
muito mais do que Marta. Nós
temos várias jogadoras talentosas", completou o treinador.
Pretinha, que entrou durante
o jogo para marcar o gol da vitória contra a Dinamarca, na jornada derradeira da primeira fase, concorda com o técnico. "Os
rivais sempre tendem a marcar
Marta. Por isso, é muito importante a gente jogar como equipe", afirmou a veterana, que
disputa seu quarto Mundial.
A Austrália, apesar da primeira fase irregular, está confiante. "O Brasil pode marcar
muitos gols, mas nós temos
muitas armas também", prometeu Salisbury. O técnico
Tom Sermanni faz até piada
com o favoritismo brasileiro.
"Será fácil", brincou ele.
Se passar pela Austrália, o
Brasil joga semifinal na quinta-feira. A final será no domingo.
NA TV - Brasil x Austrália
Band e Sportv, ao vivo, às 9h
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