São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Ataque perde gols, defesa sofre pressão no final, mas time bate o Paraná por 1 a 0 e mantém vantagem na liderança

Corinthians triunfa do jeito mais difícil

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ataque abusou de perder gols, a defesa sofreu no fim e ficou a impressão de que tudo poderia ter sido mais tranqüilo na vitória corintiana sobre o Paraná por 1 a 0, ontem, no Pacaembu.
Por mais que jogadores e comissão técnica não assumam, o Corinthians já joga e gosta de jogar como favorito no Brasileiro, que lidera com 66 pontos, seis à frente do Goiás. Pode abrir nove se vencer o São Paulo no clássico de amanhã, replay do jogo anulado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva -foi arbitrado por Edilson Pereira de Carvalho.
Só para começar, Tevez já deveria ter marcado nos minutos iniciais. Uma jogada de Nilmar pela direita terminou em cruzamento da linha de fundo. O argentino surgiu no primeiro pau em velocidade e tocou de letra para fora.
Menos mal que, aos 14min, a mesma dupla conseguiria o gol corintiano. Nilmar recebeu e, já dentro da área, chutou. O goleiro Flávio fez defesa parcial, e a bola sobrou para Tevez apenas completar. Era o 1 a 0, e o 13º tento do argentino no Brasileiro.
Parecia realmente que o Corinthians iria golear, mas aí a equipe de Antônio Lopes esbarrou no problema que o próprio treinador queria ver sanado: as falhas no aproveitamento ofensivo.
Tanto que, das dez finalizações que o time obteve contra o gol adversário no primeiro tempo, apenas quatro foram certas. A equipe de Curitiba teve ainda mais dificuldades, com oito conclusões e só uma certa, além de outra no travessão, cabeceada por Aderaldo, segundo o Datafolha.
Desses números, o que mais impressiona é o jogo coletivo que o Corinthians impõe. Não há na equipe um gerente que monopolize a construção das jogadas.
Isso fica muito claro pelo número de bolas recebidas. Os meias Rosinei e Roger e o atacante Nilmar receberam, cada um, 12 bolas, número que demonstra um jogo de múltiplas opções.
A troca de passes rápidos e precisos gerou excelentes contragolpes. Não era difícil ver Tevez e Nilmar aparecendo em condições claras de tentar o chute.
Luiz Carlos Barbieri voltou para o segundo tempo em busca de reações, tentando se aproveitar do cansaço do Corinthians, devido ao excesso de jogos.
O técnico paranista promoveu a segunda alteração, colocando Beto no lugar de Mário Cesar.
No primeiro tempo, já havia tirado Pierre, por contusão, para a entrada de Mussamba. Antes da metade do segundo tempo, o meia Éder saiu para a entrada do atacante Maicossuel.
Quando esse último entrou, Tevez e Roger já tinham perdido grandes oportunidades. O argentino invadiu a área sozinho, após deixar a marcação para trás, mas teve a bola interceptada por Flávio quando tentou driblá-lo.
Já o meia obrigou o goleiro paranista a fazer excelente defesa, em chute de fora da área. Apesar da boa atuação, Roger acabou sacado na metade do segundo tempo, quando Lopes escalou Hugo para dar mais gás ao time. Depois, Coelho substituiu Eduardo na lateral direita.
Aos 36min, Nilmar perdeu uma grande chance quando recebeu um passe esticado de Hugo na meia esquerda e avançou. Dentro da área, o goleiro Flávio conseguiu travar o chute.
Foi aí que o Corinthians quase foi castigado, mas Fábio Costa conseguiu defender com os pés uma bola de André Dias.
O goleiro foi ovacionado pelos torcedores. No fim do jogo, o Paraná pressionava mais, tentando principalmente as jogadas de bolas altas, mas a defesa corintiana conseguiu segurar o placar.


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