RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro e único San-São do ano em que os dois times não levaram a campo um time majoritariamente suplente foi marcado por erros bisonhos. O São Paulo de Rogério falhou mais e, com um lance inédito na carreira do goleiro tricolor, o Santos venceu ontem por 2 a 1 no Morumbi.
Em um estádio com pouco público, São Paulo e Santos fizeram insosso jogo no primeiro tempo. Com os times desgostosos com posições do STJD -os são-paulinos já voltam a campo amanhã para pegar o Corinthians-, pouca ação foi vista na etapa inicial.
Pelo menos o clima amistoso que tem faltado no futebol paulista nos últimos dias esteve presente, pois não houve grande confusão ou conflito de torcedores.
O São Paulo fez um jogo burocrático. Sem forçar, teve uma seqüência de escanteios nos primeiros minutos e viu um ou outro chute de longa distância levar perigo ao rival. O Santos, por sua vez, sentia falta de vários titulares que não puderam jogar, como os zagueiros Ávalos e Luiz Alberto, que se recuperam de lesões. Preferiu não correr riscos e, por decisão de Nelsinho Baptista, Cláudio Pitbull, reforço no ataque, foi reserva de Geílson.
No segundo tempo, as coisas mudaram. Os são-paulinos se animaram um pouco com uma primeira chance em cobrança de falta aos 4min, mas Rogério Ceni não cobrou bem, e a bola passou por cima (o pior viria depois).
Com um nível técnico tão baixo, o placar só poderia ser aberto de forma pífia, em um erro bobo.
Aos 6min, Basílio jogou a bola na área são-paulina sem muita pretensão, e Renan, cabeceou contra as próprias redes. Rogério nada pôde fazer.
Aos 14min, o goleiro teve nova chance em cobrança de falta. A bola acabou desviada pelos santistas. Enquanto a transmissão da TV mostrava torcedor deitado na arquibancada quase dormindo, Rogério teve sua terceira chance de falta. Desta vez, a infelicidade de Rogério foi completa. Além de acertar a bola na barreira, foi surpreendido pela primeira vez em um contra-ataque -contra o Fluminense, em jogo do Rio-SP, levou gol de Roger do meio-campo, mas após marcar um gol.
Basílio recebeu a bola após a rebatida da falta e armou rápida jogada. Os defensores são-paulinos não conseguiram matar a jogada com falta, e a bola sobrou para Geílson na área. O que muita gente esperava acontecer um dia ocorreu: com Rogério tentando voltar para o seu gol após cobrança infeliz de falta, um adversário marcou em seu arco. Geílson foi o autor. Após o jogo, o goleiro assumiu a culpa pelo tento sofrido.
Paulo Autuori colocou então Amoroso e Leandro Bonfim nos lugares de Danilo e Renan. Logo em seguida, uma falta dentro da área para o São Paulo (obstrução). Foi a vez de Mauro falhar. Fabão bateu fraco, e o goleiro santista soltou a bola nos pés de Amoroso, que descontou.
Rogério teve personalidade ainda de voltar ao ataque para bater outra falta, mesmo não cobrando diretamente -Christian perdeu um de seus muitos gols. Como Lugano, Amoroso e Thiago também falharam nos arremates, deu mesmo Santos no fim das contas.


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