São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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Dirigentes conturbam vôlei antes de Mundial

Novo órgão desafia o poder do mexicano Rubén Acosta

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas de ganhar evidência com a disputa dos Mundiais masculino e feminino no Japão, o vôlei vive crise de credibilidade de seus dirigentes.
Rubén Acosta, presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) há 22 anos e candidato a novo mandato, enfrenta oposição de antigos aliados, problemas na Justiça e até assiste à criação de entidade rival.
O mexicano está sendo processado por Jean-Pierre Seppey, diretor-geral da FIVB até agosto, quando Acosta o demitiu alegando que o suíço fraudava as finanças da federação para ter uma vida de luxo.
Contrariado, Seppey, primeiro, lançou seu nome à presidência. Foi impedido pelo estatuto da FIVB, que veta a candidatura de quem não é membro de seu Comitê Executivo.
Ou seja: para ser candidato de oposição a Acosta, o interessado precisa ser membro da diretoria do atual presidente.
Alijado da disputa, Seppey uniu-se a Mario Goijman, ex-presidente da federação argentina, e fundaram a FIABVB (Federação Internacional das Associações de Vôlei e Vôlei de Praia), cujo congresso inaugural será na quarta e na quinta em Copenhague (Dinamarca).
"Esses indivíduos foram descobertos tentando se aproveitar financeiramente da FIVB em benefício próprio", acusa Acosta, que agiu rápido para brecar a iniciativa: enviou carta às filiadas ameaçando expulsar quem aderir à nova entidade.
O mexicano, porém, responde na Justiça pelos mesmos crimes que acusa os desafetos.
Goijman, antigo membro do Comitê Executivo, foi à Justiça após o Mundial masculino de 2002, denunciando que Acosta teria recebido comissões milionárias às expensas da FIVB.
Em março, obteve vitória parcial. A Justiça suíça inocentou Acosta, mas reconheceu que o dirigente falsificou documentos e o obrigou a pagar parte das custas processuais.
Seppey também promete ir aos tribunais contra o dirigente, alegando danos morais.
Os problemas de Acosta com possíveis irregularidades já são antigos. Em 2004, o dirigente teve que renunciar a seu cargo de membro do COI (Comitê Olímpico Internacional) para se livrar de investigação sobre mau uso de fundos da entidade.
Mais suspeitas recaem sobre sua administração. Desde 1990, a FIVB concede polpuda comissão de 10% a seus membros que consigam fechar contratos rentáveis a ela. O uso de agências independentes, seguido pela maioria das entidades, inclusive o COI, ainda está longe de chegar às quadras de vôlei.


Com agências internacionais


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