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Dirigentes conturbam vôlei antes de Mundial
Novo órgão desafia o poder do mexicano Rubén Acosta
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de ganhar evidência com a disputa dos Mundiais masculino e feminino no
Japão, o vôlei vive crise de credibilidade de seus dirigentes.
Rubén Acosta, presidente da
FIVB (Federação Internacional de Vôlei) há 22 anos e candidato a novo mandato, enfrenta oposição de antigos aliados,
problemas na Justiça e até assiste à criação de entidade rival.
O mexicano está sendo processado por Jean-Pierre Seppey, diretor-geral da FIVB até
agosto, quando Acosta o demitiu alegando que o suíço fraudava as finanças da federação
para ter uma vida de luxo.
Contrariado, Seppey, primeiro, lançou seu nome à presidência. Foi impedido pelo estatuto da FIVB, que veta a candidatura de quem não é membro
de seu Comitê Executivo.
Ou seja: para ser candidato
de oposição a Acosta, o interessado precisa ser membro da diretoria do atual presidente.
Alijado da disputa, Seppey
uniu-se a Mario Goijman, ex-presidente da federação argentina, e fundaram a FIABVB
(Federação Internacional das
Associações de Vôlei e Vôlei de
Praia), cujo congresso inaugural será na quarta e na quinta
em Copenhague (Dinamarca).
"Esses indivíduos foram descobertos tentando se aproveitar financeiramente da FIVB
em benefício próprio", acusa
Acosta, que agiu rápido para
brecar a iniciativa: enviou carta
às filiadas ameaçando expulsar
quem aderir à nova entidade.
O mexicano, porém, responde na Justiça pelos mesmos crimes que acusa os desafetos.
Goijman, antigo membro do
Comitê Executivo, foi à Justiça
após o Mundial masculino de
2002, denunciando que Acosta
teria recebido comissões milionárias às expensas da FIVB.
Em março, obteve vitória
parcial. A Justiça suíça inocentou Acosta, mas reconheceu
que o dirigente falsificou documentos e o obrigou a pagar parte das custas processuais.
Seppey também promete ir
aos tribunais contra o dirigente, alegando danos morais.
Os problemas de Acosta com
possíveis irregularidades já são
antigos. Em 2004, o dirigente
teve que renunciar a seu cargo
de membro do COI (Comitê
Olímpico Internacional) para
se livrar de investigação sobre
mau uso de fundos da entidade.
Mais suspeitas recaem sobre
sua administração. Desde 1990,
a FIVB concede polpuda comissão de 10% a seus membros
que consigam fechar contratos
rentáveis a ela. O uso de agências independentes, seguido
pela maioria das entidades, inclusive o COI, ainda está longe
de chegar às quadras de vôlei.
Com agências internacionais
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