São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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CIDA SANTOS

A grande questão


O Brasil está no patamar de China e Rússia, mas exibiu o melhor vôlei neste ano e deve ser campeão mundial


O BRASIL VAI ser campeão mundial feminino de vôlei? Nas últimas semanas, essa foi a pergunta mais freqüente dos leitores desta coluna. Arrisco um sim como resposta. Os motivos? A qualidade da equipe e a falta de uma seleção imbatível, como era Cuba na década de 90.
No atual cenário mundial, Brasil, China e Rússia, seguidos de perto por Itália e Cuba, são os grandes times. Qualquer um deles pode vencer ou perder de um dos integrantes desse grupo de elite.
Veja a diferença: nos anos 90, só dava Cuba. A equipe de Mireya Luis, Regla Torres e Regla Bell ganhava de todo mundo. Quer exemplo? Basta voltar no tempo: ginásio do Ibirapuera lotado, final do Mundial de 94.
Nesse cenário, Cuba emudeceu a torcida e deu um show em quadra: venceu as brasileiras por 3 a 0 (15/2, 15/10 e 15/5). Foi um massacre. E o Brasil tinha um timão: Ana Moser, Márcia Fu, Fernanda e companhia.
Naquela época, as cubanas não paravam de subir nos pódios. Foram tricampeãs olímpicas e bicampeãs mundiais. Atualmente, o reino está dividido: a China é a dona do ouro olímpico, a Itália é a campeã mundial, e o Brasil conquistou os últimos três títulos do Grand Prix.
Entre as potências, a seleção brasileira tem mostrado o melhor vôlei da temporada. Tem uma grande levantadora, a Fofão, e o time mais forte fisicamente que o país já montou. Só no meio-de-rede são três torres: Walewska, 1,90 m, Fabiana, 1,93 m, e Carol Gattaz, 1,91 m.
Se o técnico Zé Roberto repetir no Mundial o time titular que venceu a Alemanha, em amistoso disputado na semana passada, o Brasil só terá duas atletas com menos de 1,85 m em quadra: a levantadora Fofão e a líbero Fabi. As outras (Mari, Jaqueline, Walewska, Fabiana e Sheila) têm 1,85 m ou mais.
Neste ano, foi feito um trabalho especial na preparação física. A meta era deixar as atletas mais fortes e próximas do padrão cubano. Resultado: elas fizeram horas extras na musculação e ganharam braços mais poderosos.
Tecnicamente, a seleção também tem mostrado qualidades. Quando joga com o passe na mão, fica difícil marcar o ataque brasileiro. O time tem evoluído nos contra-ataques. Com suas torres na rede bloqueando, o Brasil pode jogar de igual para igual contra as gigantes russas.
Metade da equipe esteve na semifinal dos Jogos de Atenas, quando o Brasil perdeu a chance de disputar a final olímpica pela primeira vez. Na semifinal, estava a um ponto de fechar o jogo: vencia o terceiro set por 24 a 19 e permitiu reação russa. Uma cena que virou pesadelo para o time.
O técnico Zé Roberto continuou no cargo para refazer o caminho, disputar outra Olimpíada e chegar ao ouro. É uma seleção que já conhece as pedras do caminho. O que é grande vantagem sobre os rivais. Lembrete: o Brasil estréia no Mundial no dia 31, contra Porto Rico.

ITALIANO 1
O Cuneo, do atacante Giba, vai ficar na liderança do Italiano nos próximos 48 dias, período em que o torneio vai dar uma pausa por causa do Mundial. Em sete rodadas, a equipe, que também conta com os brasileiros Manius e Riad, soma seis vitórias e uma derrota.

ITALIANO 2
O Macerata, atual campeão italiano e time do central brasileiro Rodrigão, é o dono, por enquanto, do troféu decepção do torneio. A equipe está em décimo e perdeu quatro jogos em sete rodadas.

ITALIANO 3
O Treviso, do central Gustavo, está em terceiro. O Modena, do levantador Ricardinho, e o Trentino, de André Nascimento, estão com campanhas irregulares. O Modena é o sétimo, e o Trentino, o nono.

cidansan@uol.com.br


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