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Massa resolve vitória logo na 1ª volta
Piloto aproveita pole, mantém a ponta no S e vê sombra de Schumacher sumir após companheiro cair para último lugar
"Supermotor" da Ferrari dá vantagem a brasileiro, que domina corrida e, como na primeira vitória, aponta para a bandeira no pódio
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros 200 metros resolveram os 305.709 seguintes.
Pole pela primeira vez em Interlagos e pela terceira vez em
2006 e na carreira, Felipe Massa só queria contornar a primeira curva na frente. Era este
o momento crucial da corrida.
E conseguiu. Percorreu o resto de reta entre a largada e o S
do Senna à frente de Kimi Raikkonen, exterminando qualquer
possibilidade de ataque.
Nem a entrada do safety car
na segunda volta, após forte batida de Nico Rosberg, perturbou sua liderança: para a relargada em movimento, na oitava
volta, já havia aberto vantagem
segura em relação ao finlandês.
Empurrado pelo "supermotor" que a Ferrari trouxe ao
Brasil para tentar o avanço derradeiro sobre os Mundiais de
Pilotos e Construtores, Massa
começou a desaparecer na
frente da concorrência -Raikkonen, Jarno Trulli e Fernando
Alonso o perseguiam.
A única ameaça à sua vitória,
então, era Michael Schumacher. Largando em décimo, a
idéia do alemão era fazer uma
arrasadora corrida de despedida na F-1. E o próprio Massa já
havia admitido que abriria passagem caso visse o companheiro no espelhinho retrovisor.
Pelas primeiras oito voltas, o
perigo existiu. Na primeira,
Schumacher passou Robert
Kubica, Nick Heidfeld e o irmão, Ralf. Na segunda, deixou
para trás Rubens Barrichello.
Na oitava, superou Giancarlo
Fisichella e assumiu o quinto
lugar. Com o carro mais rápido
da pista, alcançar o líder parecia só mera questão de tempo.
Mas houve outra questão.
Um furo no pneu traseiro esquerdo, atingido pelo italiano
no instante da ultrapassagem.
Incrédulos, os mecânicos da
Ferrari acompanharam pelos
monitores o pneu desmanchar.
Schumacher ainda conseguiu
conduzir o carro aos boxes, mas
quando retornou à pista era o
19º e último colocado.
"Não senti nenhum impacto
nem vi nada. Não sabia o que
estava acontecendo até o momento em que a equipe me avisou pelo rádio", disse o alemão.
Sem a sombra do heptacampeão, o brasileiro só perdeu a liderança uma vez, por duas voltas, quando fez seu primeiro pit
stop. Da segunda vez em que
entrou nos boxes, sua vantagem já era tão soberana que ele
trocou pneus, reabasteceu e
voltou à frente de Alonso. Com
problemas de aderência nos
pneus, Raikkonen despencou.
A falta de ação na luta pela liderança foi compensada pelo
desempenho de Schumacher.
Como que para provar que está
se aposentado em excelente
forma, o alemão fez uma de
suas melhores corridas no ano.
Azar dos adversários que, um
a um, foram sendo engolidos
por sua Ferrari. Na 28ª volta,
ele passou Tiago Monteiro. Na
34ª, Robert Doornbos. Nick
Heidfeld foi a vítima duas voltas depois. Na 41ª, Schumacher
ultrapassou Robert Kubica, levou o troco e foi à forra, com
novo bote. Na 51ª, bateu seu ex-companheiro de equipe, Rubens Barrichello. Na 63ª, reencontrou e repassou Fisichella.
Enfim, a duas voltas do
adeus, o alemão executou a última ultrapassagem de sua carreira. Emblemática. Porque foi
sobre o piloto que ocupará seu
carro em 2007, Raikkonen.
Adicione tanta agressividade
aos abandonos e o resultado de
Schumacher: quarto colocado.
Alheio ao espetáculo do companheiro, menos de três minutos depois Massa cruzou a linha
de chegada, punhos cerrados,
gritando. Assim que parou o
carro, repetiu o comportamento da sua primeira -a até ontem, única- vitória. Gritou um
ou outro palavrão, apontou para a bandeira do Brasil e, durante o hino, emocionou-se.
Enquanto isso, Schumacher
caminhava para seus boxes.
Sinal dos tempos.
(FSX E TC)
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