São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CBF fecha com banco e lucra com dólar

Valorização da moeda americana faz valor anual pago pelo Itaú à federação crescer 40% desde o início da negociação

Contrato vai até 2014 e renderá US$ 15 milhões anuais para a CBF, que já tem contratos com Vivo, AmBev, Nike e TAM


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A escalada do dólar vai ajudar o caixa da CBF. Ao anunciar ontem o Itaú como novo patrocinar da seleção brasileira, a entidade garantiu um reajuste de cerca de 40% desde o início da negociação até o fechamento da operação ao dolarizar o contrato com o novo parceiro.
No acordo assinado ontem na sede do banco, em São Paulo, a instituição financeira se comprometeu a pagar US$ 15 milhões anuais, até 2014, aos cofres da confederação presidida por Ricardo Teixeira.
Ontem, o valor da moeda norte-americana subiu 6,67%, fechando a R$ 2,38. Já em outubro de 2007, quando as negociação tiveram início, o dólar chegou a ser cotado em R$ 1,70.
Pelo contrato, o banco terá que pagar em real o valor do dólar nos dias combinados para pagamento. De outubro do ano passado até ontem, o contrato pulou de R$ 25,5 milhões para R$ 35,7 milhões. O Itaú pagará semestralmente sua cota.
""Isso não é um problema [a alta do dólar]. Somos uma instituição financeira e já estamos acostumados", disse o vice-presidente do Itaú, Antônio Matias, ao ser questionado sobre a utilização da moeda norte-americana como referência para o contrato. Até 2014, o banco vai pagar cerca de US$ 105 milhões à confederação brasileira.
""O importante foi que entramos no futebol com o seu produto mais emblemático, que é a seleção", acrescentou Matias.
No acordo, o banco vai estampar a sua marca no uniforme de treino de todas as seleções. A empresa também poderá utilizar a sua marca em campanhas publicitárias.
Depois de fechar a operação com o Itaú, a CBF terá agora quatro patrocinadores no uniforme. Os outros são Ambev, Vivo e Nike. A TAM, responsável pelas viagens da seleção, é parceira da entidade, mas não tem lugar no uniforme.
A CBF negocia para acertar com a Vivo um aumento na cota de patrocínio, que hoje é de cerca de US$ 4 milhões anuais.
O Itaú começou a negociar com a CBF na reta final da campanha brasileira para realizar a Copa do Mundo de 2014. Em outubro do ano passado, a Fifa anunciou o país como anfitrião do Mundial que sucederá o da África do Sul. O Itaú investiu cerca de R$ 1,5 milhão na campanha. ""Foi um projeto bem mais baixo", disse Matias.
Com o apoio do presidente da CBF, a instituição financeira também negocia com a Fifa o direito de ser a patrocinadora oficial da Copa de 2014. A marca do banco já estará estampada no uniforme nos treinos para o amistoso contra Portugal, no próximo mês, em Brasília.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Saiba mais: Copa no Brasil alonga contratos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.