São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Futebol de Lucas desaparece no 2º turno e já começa a criar dúvidas sobre potencial do são-paulino

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

"Ele tem o arranque do Rooney, corre com a bola como o Cristiano Ronaldo e dá assistências como o Messi."
Se a frase frequentemente dita pelo empresário Wagner Ribeiro para definir as habilidades de Lucas, seu agenciado, sempre soou exagerada, agora parece heresia.
O futebol do meia-atacante de 19 anos, considerado uma pedra preciosa pelo São Paulo, desapareceu no segundo turno do Brasileiro.
O jogador, que tem contrato com multa rescisória equivalente a quase o dobro da de Neymar (entre € 80 milhões e € 90 milhões), passou em branco nas últimas sete partidas pelo time do Morumbi.
Seu último tento, contra o Atlético-MG, no feriado de 7 de setembro, foi o único após a metade inicial da Série A -ele esteve em campo em 8 das 11 rodadas disputadas.
No primeiro turno, Lucas mostrou faro goleador muito maior: marcou seis vezes em 13 partidas são-paulinas.
E não foi só nos gols que os números do camisa 7 caíram.
O Lucas da metade final do Brasileiro aparece menos, recebe uma quantidade inferior de bolas, é desarmado com maior frequência e erra mais passes. Só não diminuíram suas finalizações, mas a mira piorou -menos de um a cada três chutes vai no alvo.
Sua queda de desempenho coincide com o pior momento do São Paulo no ano. Hoje, ante o Coritiba, o time tenta encerrar uma sequência de seis rodadas sem vencer -ganhou no meio da semana, mas foi pela Sul-Americana.
"Quando o coletivo não vai bem, é difícil o individual aparecer. Não acho que estou jogando tão mal assim. Mas, se me cobram, é porque tenho talento", afirmou Lucas.
A fase do meia-atacante no São Paulo é tão ruim que ele teve de recorrer à seleção quando questionado pela reportagem sobre sua última boa atuação. "Foi contra a Argentina", disse, citando o 2 a 0, com gol seu, em amistoso jogado no fim de setembro.
A situação do seu jogador mais valorizado acendeu o sinal de alerta no Morumbi.
Oficialmente, os cartolas dizem que todo atleta passa por altos e baixos. Mas já há quem questione se Lucas não é mais um exemplo de jogador supervalorizado. Seus críticos reclamam, principalmente, do seu desempenho nos jogos mais importantes.
O técnico interino Milton Cruz mal assumiu o comando do time e já teve uma conversa particular com o jovem. Também mudou seu posicionamento e o orientou a atuar quase como um ponta direita, como nos melhores dias de sua ainda curta carreira.
"Ele quer que eu jogue assim para tabelar com o Luis Fabiano", afirmou Lucas.
O São Paulo espera que o entrosamento com o centroavante resgate sua aposta.



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