São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TOSTÃO

Messi, Neymar e Pelé


Será que Neymar, daqui cinco anos, com a idade atual de Messi, vai ser tão bom quanto o argentino?

Se a SELEÇÃO não chegar à final da Copa, o que não será surpresa, já que hoje existem equipes melhores, não haverá um único jogo do Brasil no Maracanã, um dos símbolos de nosso futebol. Foi um absurdo erro. Apenas uma partida é também pouco.
Gosto de futebol bonito e eficiente, seja onde for. Não perco um jogo de Neymar, do Real Madrid e do Barcelona, pelos craques e pelo futebol coletivo. O Real me dá prazer. O Barcelona me arrepia.
Em uma entrevista à revista "ESPN", Messi disse que, diferentemente de Maradona, não viu Pelé jogar e que isso não lhe faz falta.
Óbvio. Pelé não é de sua época. Referia-se a ver todo um jogo. Pelé, com ironia, falou que lhe mandaria o filme "Pelé Eterno". Messi disse que assistiria. Certamente, ficará deslumbrado. Vai se olhar no espelho e dizer: "Espelho, espelho meu, descobri que existe alguém melhor que eu".
Se os melhores momentos de um bom jogador são espetaculares, imagine os melhores momentos de Pelé.
Acho Messi ainda melhor que o magistral Maradona. Messi é mais completo e regular. É espetacular no ataque, na armação e pelos lados.
Messi está reinventando a maneira de jogar, uma mistura de futebol real e virtual. Pelos estilos, Messi se parece mais com Pelé que com Maradona.
É óbvio que a carreira de um jogador só pode ser avaliada após ele parar de jogar e que, se Messi piorar daqui para a frente, não será tão endeusado pela história quanto é hoje. Isso ocorreu com Ronaldinho.
É injusto também dar mais importância a sete jogos de uma Copa do Mundo do que a uma longa trajetória de um craque.
Será que Messi ainda vai jogar mais do que joga hoje? Será que Neymar, que tem 19 anos, com 24, a idade atual de Messi, vai ser tão bom ou até melhor que o argentino?
Atuando no Brasil, Neymar, mesmo que seja campeão mundial de clubes e de seleções e que seja eleito o melhor do mundo após a Copa, teria, no Real ou no Barcelona, mais chances de evoluir na parte técnica.
Os gramados são melhores, levaria menos botinadas e, principalmente, teria a companhia dos melhores do mundo.
Quando isso ocorre, temos a dimensão exata do talento dos jogadores. Os verdadeiros grandes craques, ao lado de outros craques, ficam ainda melhores. Já os outros, mesmo os excelentes, se retraem, são ofuscados, mostram suas limitações.
Robinho não fracassou na Europa. Ele apenas não é espetacular como pensávamos. Neymar tem tudo para ser diferente.



Texto Anterior: Santos volta ao Rio para um Mundial
Próximo Texto: Inglês: Manchester vê hoje seu maior dérbi em 43 anos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.