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SPARRING
Imprescindível?
EDUARDO OHATA
"O boxe não se resume só a
Mike Tyson, o esporte não necessita dele para sobreviver. Daqui
a alguns anos, quando Tyson tiver se aposentado, o boxe continuará." Essa é a opinião de Nigel
Collins, editor da revista especializada "The Ring", sobre a
questão da atividade de Tyson
ser ou não imprescindível para a
continuidade do esporte.
E ele está certo. Em parte. O
boxe já sobreviveu a várias temporadas -algumas dolorosamente prolongadas- quando o
campeão não tinha carisma. Como os mais de sete anos nos
quais Larry Holmes dominou a
categoria dos pesados e o público
dependia das aparições de Sugar
Ray Leonard para vibrar.
E, antes, houve o período entre
a aposentadoria do ídolo Rocky
Marciano e o surgimento do irreverente Muhammad Ali.
Mas ninguém pode negar que
Tyson dá mais vida ao boxe, que
ganha mais espaço em jornais,
revistas e nas telas de TV.
"Ele está de volta!." "Pode
Tyson recuperar a forma original?" "Quem será seu primeiro
adversário?" E Tyson não desferiu nenhum golpe ainda.
O público não demonstra interesse só pelo que acontece dentro
do ringue. As atividades noturnas ou ocorrências policiais envolvendo o lutador atraem tanta
atenção quanto seus combates.
A novela para se decidir quem é,
de fato, seu empresário -Don
King, Shelly Finkel ou "Magic
Johnson"- também é acompanhada atentamente. O que não
aconteceria com outros.
Só o fato de Tyson ter atuado
como o catalisador para "Magic" Johnson declarar seu interesse de se envolver de vez no esporte -o "namoro" se arrastava havia meses- serve como
medida do apelo gerado por este.
Como dizem, "ele (Tyson) fará
seu retorno contra alguém desqualificado, cobrarão uma fortuna no pay-per-view (nos EUA)
por seu combate e sim... você pagará para assistir..." Com certeza, o boxe sobreviveria sem
Tyson. Mas, com certeza, o esporte fica bem melhor com ele.
NOTAS
Passado
Há exatos 30 anos, no México, Servílio de Oliveira conquistava a única medalha olímpica de boxe para o Brasil. Foi
quando perdeu, por pontos,
nas semifinais da competição
para o mexicano Ricardo Delgado, posteriormente ouro, garantindo assim, o bronze.
Presente
Hector "Macho" Camacho e
Hector Jr., pai e filho, enfrentam-se hoje. Mas trata-se só de
uma luta pela audiência. É que
um -o pai- apresenta-se pela ESPN, enquanto o filho participa de combate na Fox.
Futuro
A final do Paulista de boxe
amador, que aconteceria na
próxima terça-feira, no ginásio
Baby Barioni, foi adiada para a
semana seguinte. O motivo é
que a diretoria da Federação
Paulista de Pugilismo, que organiza as programações, estará
na África do Sul participando
da convenção anual do Conselho Mundial de Boxe.
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