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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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Lutas voltam à TV aberta graças a hispânicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma ausência de 13 anos, foi graças aos latinos que o pugilismo retornou em 2003 à TV aberta nos EUA.
Um contrato firmado entre a NBC e a firma promotora de lutas Main Events estipulava que suas programações de boxe deste ano tivessem sua primeira metade exibida na rede de TV a cabo Telemundo, cujo alvo é a população hispânica nos EUA. A metade final dos programas seria transmitida pela NBC. A meta: atrair os espectadores da Telemundo.
""Quando a NBC comprou a Telemundo, sua meta era justamente essa. O "casamento" entre as duas redes por meio do boxe foi um dos resultados desse planejamento", justificou Kathy Duva, presidente da Main Events, ao ser questionada sobre o tema pela Folha.
A americana explicou o raciocínio por trás das decisões dos executivos das emissoras.
""É interessante tal investimento. Uma família de latinos muitas vezes representa até dez pessoas na sala assistindo TV. É diferente de outras raças, onde há apenas duas ou três pessoas em frente à TV", disse.
Quanto ao surgimento de diversas séries de pugilismo dirigidas ao público hispânico nos EUA, inclusive pay-per-views regulares, isso é resultado da análise dos números, segundo o presidente da OMB, o porto-riquenho Francisco Valcarcel.
""Quem mais compra lutas por meio do pay-per-view são os latinos. Por isso mesmo trabalha-se para que surjam estrelas latinas. Estas, por sua vez, inspiram outros jovens latinos, que se identificam com eles, a calçar as luvas e subir no ringue. É como um dominó."
Duva concorda que o tratamento reservado atualmente para os latinos difere do que acontecia há algumas décadas.
""[O panamenho] Eusébio Pedroza em sua época era desconhecido. Hoje, seria uma estrela", afirmou ela sobre o ex-campeão dos penas, que registrou 19 defesas bem-sucedidas do título entre o fim da década de 70 e o início dos anos 80.
""Não necessariamente as pessoas assistem boxe por causa das etnias, mas a cultura dos latinos, machista, faz com que a presença de um deles em uma luta garanta ação." (EO)

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