São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vingança move reação do Brasil

Engasgado com a França, time bate Alemanha, lidera grupo e encara principais algozes no Mundial

EUA e Bulgária, que bateram pupilos de Bernardinho nos principais torneios de vôlei, testam recuperação do time brasileiro na segunda fase


DA REPORTAGEM LOCAL

Derrotas no meio de competições importantes que empurram o time para o título têm sido constantes na trajetória da seleção masculina de vôlei.
No Mundial do Japão, a equipe já tropeçou. E não pode mais se mostrar vulnerável. O problema é que, na próxima fase, o time irá encarar seus principais algozes nos últimos anos -EUA e Bulgária.
São equipes que já derrotaram a seleção de Bernardinho em grandes campeonatos. Diferentemente de outros encontros, porém, um novo tropeço pode significar o encerramento da luta pelo bicampeonato.
Ontem, o Brasil venceu a Alemanha por 3 sets a 0 (25/13, 25/21 e 25/22) e avançou como líder de sua chave. O oponente europeu era, até então, o único time invicto do Grupo B.
Um de seus rivais será a Bulgária. Únicos invictos no grupo, os búlgaros deram fim a uma invencibilidade de mais de um ano da equipe de Bernardinho em agosto: cravaram 3 a 0 na Liga Mundial. A seleção não perdia por esse placar desde junho do ano passado.
Os EUA também se notabilizaram por vencer os brasileiros em torneios importantes. Isso ocorreu nas fases iniciais do Mundial-2002, em Buenos Aires, e da Olimpíada-2004, em Atenas. Nos dois casos, os brasileiros contornaram a crise e levantaram o troféu.
"É assim que temos de jogar no resto do campeonato [como ontem]. Os jogadores estavam com raiva na quadra. Temos jogado nos últimos seis anos dessa forma. Vamos enfrentar grandes equipes na busca pelas semifinais. Agora temos que continuar crescendo na segunda fase e não podemos perder", afirmou Bernardinho.
Os sustos dos últimos anos mostram que o treinador tem razão em pedir cautela, apesar da excelente atuação. Os EUA já deram uma dessas lições.
Na final da Copa América de 2005, em São Leopoldo (RS), a seleção perdeu o título de um torneio considerado fácil. Mais: manteve o tabu de não ser campeã diante de sua torcida.
Bernardinho, entretanto, acredita que a apresentação do time contra os alemães marcou de fato o início de uma reação.
Depois de perder da França, os jogadores ficaram abatidos.
Não haviam ficado satisfeitos nem com a vitoria sobre a Austrália, que veio em seguida.
A seleção, que vislumbra crescer ainda mais durante o campeonato, começa a buscar suas quatro vitórias contra os EUA no sábado. Depois, encara República Tcheca, Itália e Bulgária em uma lista, teoricamente, crescente em dificuldade.


BRASIL - Ricardinho (3), Giba (11), Dante (17), André Heller (11), Gustavo (4), André Nascimento (13), Escadinha; Marcelinho, Anderson (1), Rodrigão;
ALEMANHA - Popp (5), Tischer, Andrae (4), Hübner (8), Schops, Dehne (2), Kroger; Pampel (11), Bergmann (5), Kromm, Siebeck


Texto Anterior: José Roberto Torero: Zé Cabala e o homem da salsicha
Próximo Texto: Sem tempo, atletas fazem treino mental
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.