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foco
Flamenguistas vibram com triunfo dos "irmãos alvinegros" no Engenhão
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Entre gritos e aplausos,
centenas de torcedores comemoraram quando o árbitro
apitou o final do jogo em que o
Botafogo derrotou o São Paulo. Nenhum deles estava no
Engenhão, muito menos torcia pelo alvinegro carioca.
Flamenguistas, quase todos
vestindo camisas rubro-negras, estavam no trem metropolitano a caminho do Maracanã, no final da tarde de ontem. Pelo rádio, comemoraram o gol que selou a vitória
botafoguense como se fosse o
próprio título nacional.
"Pelo Mengão, torço por
Vasco, Botafogo, Fluminense,
por quem for", afirmou o vigia
Jobson Ribeiro, 33, xará do
botafoguense autor de dois
gols contra o São Paulo.
O vendedor ambulante Mário Silva, 43, parou de anunciar a lata de cerveja a R$ 3 para acompanhar o grito de Ribeiro. "Este ano já é", disse.
No Maracanã, dezenas de
milhares dos mais de 80 mil
presentes acompanharam o
jogo do Botafogo nas arquibancadas, vibrando com os
gols dos atuais maiores rivais
do Flamengo. No entorno do
estádio, os flamenguistas
exaltavam a vitória no Engenhão. "Sempre confiei nos irmãos alvinegros", provocava
o administrador de empresas
Hugo Pereira, 28. Na torcida
rubro-negra no Maracanã,
havia até gente com a camisa
do Botafogo. Ao redor do estádio, torcedores rubro-negros
distribuíam convites para
uma caravana até Campinas,
onde o Flamengo enfrenta o
Corinthians no dia 29. A viagem, com almoço e ingresso
incluídos, custava R$ 285.
No Engenhão, não havia
torcedores rubro-negros uniformizados em grupos. Se foram ao estádio, permaneceram discretos. Os torcedores
alvinegros não se importavam
em ajudar o Flamengo. "Isso é
consequência. Não podemos é
ser rebaixados. Tomara que o
Flamengo perca, mas, se for
campeão, azar do São Paulo",
disse o estudante universitário Gilson Almeida, 19, que se
divertia entoando cântico em
que afirmava que "praia de
paulista é o Rio Tietê".
Para provocar o rival, Almeida gritava "vamos chamar
o Zito" referindo-se ao prefeito de Duque de Caixas, que
proibiu a realização de uma
parada gay na cidade.
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