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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Os gols e a história
SEXTA-FEIRA de manhã, a pergunta para o
técnico do Botafogo era
se algum problema físico
preocupava a montagem de
seu time.
- Não. Tirando o André Lima, todos estão bem.
Estevam Soares ouviu, então, a avaliação de que com
três volantes e Lúcio Flávio
como armador, logo atrás dos
dois atacantes, deixava a equipe lenta demais. Respondeu:
- Contra o Internacional, o
Léo Silva jogou uma grande
partida. Isso serviu para atenuar esse problema.
Não foi pelo diálogo acima,
mas o que se viu no Engenhão
na partida Botafogo x São
Paulo foi um adversário muito mais rápido para o São Paulo de Ricardo Gomes. Em vez
de Léo Silva, Estevam Soares
escalou Renato, puxou Lúcio
Flávio para a função de terceiro homem de meio de campo
e empurrou Renato para incomodar Arouca, seu marcador.
Mesmo que não tenha sido
Renato, mas Jobson, quem
mais incomodou o trio de zagueiros tricolor. Este foi o melhor do jogo, autor de dois gols
e do passe para o segundo. E
foi sua velocidade o que empurrou o São Paulo para a defesa nos primeiros 20 minutos, até o 1 x 0 alvinegro.
Só quando ficou em desvantagem, o time tricolor saiu para o jogo, mas sem a presença
criativa de seus dois meias.
Nem Hernanes, nem Jorge
Wagner fizeram boa partida,
o que exigiu a participação
mais forte dos laterais, especialmente Junior César. E
Washington.
Ter Washington fazendo
gol e dando passe não é suficiente para fazer um time
campeão. É preciso mais.
Ele precisa ser o complemento para um time que funcione, como não aconteceu
ontem. Mas é preciso fazer
uma ponderação sobre o centroavante.
Washington já fez 12 gols no
Brasileirão, 27 no ano, é o artilheiro são-paulino em 2009 e
no campeonato. Por menos
do que isso, Aloísio era ídolo.
No tricampeonato somado,
Aloísio fez 13 gols. Washington já fez 12 em apenas uma
campanha. Ontem, aos 12min
do segundo tempo, o centroavante era herói. Seus números
permitiriam que entrasse em
qualquer galeria dos tetracampeões. Neste momento, é
vilão. Se ele fez mais do que
Aloísio em três campanhas?
É provável que a história
conte outra coisa.
RIVAL DE QUEM?
O Corinthians será o rival
do Flamengo na próxima rodada. Não se deve pensar que
o Corinthians entrará em
campo para entregar o jogo.
A questão é o espirito de
competição que sumiu do
Parque São Jorge. A lógica
indica favoritismo rubro-negro. Mas o Corinthians não é
carta fora do baralho.
O EFEITO MURICY
Bem entendido. Não acho
um erro a contratação de
Muricy. Foi um acerto. Mas
ele representava o risco do
rompimento do time com
seu estilo. O vice Gilberto Cipullo concorda que o rompimento é responsável, em
parte, pela queda no segundo turno. A direção garante
Muricy em 2010. Está certa.
PEDIDO DE SOCORRO
No meio do segundo tempo, o técnico Andrade pediu socorro ao sistema de Cuca. Mudou a formação do 4-2-3-1,
com que vinha jogando as últimas partidas, para o 3-5-2.
Foi quando Juan começou a incomodar a defesa goiana,
atuando menos como lateral, mais como ala. Entretanto a
partida contra o Goiás deixou claro que a equipe do Flamengo precisa do contra-ataque. Por isso, seus jogos inesquecíveis no segundo tempo aconteceram fora de casa.
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