São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Os gols e a história

SEXTA-FEIRA de manhã, a pergunta para o técnico do Botafogo era se algum problema físico preocupava a montagem de seu time.
- Não. Tirando o André Lima, todos estão bem.
Estevam Soares ouviu, então, a avaliação de que com três volantes e Lúcio Flávio como armador, logo atrás dos dois atacantes, deixava a equipe lenta demais. Respondeu:
- Contra o Internacional, o Léo Silva jogou uma grande partida. Isso serviu para atenuar esse problema.
Não foi pelo diálogo acima, mas o que se viu no Engenhão na partida Botafogo x São Paulo foi um adversário muito mais rápido para o São Paulo de Ricardo Gomes. Em vez de Léo Silva, Estevam Soares escalou Renato, puxou Lúcio Flávio para a função de terceiro homem de meio de campo e empurrou Renato para incomodar Arouca, seu marcador.
Mesmo que não tenha sido Renato, mas Jobson, quem mais incomodou o trio de zagueiros tricolor. Este foi o melhor do jogo, autor de dois gols e do passe para o segundo. E foi sua velocidade o que empurrou o São Paulo para a defesa nos primeiros 20 minutos, até o 1 x 0 alvinegro.
Só quando ficou em desvantagem, o time tricolor saiu para o jogo, mas sem a presença criativa de seus dois meias. Nem Hernanes, nem Jorge Wagner fizeram boa partida, o que exigiu a participação mais forte dos laterais, especialmente Junior César. E Washington.
Ter Washington fazendo gol e dando passe não é suficiente para fazer um time campeão. É preciso mais.
Ele precisa ser o complemento para um time que funcione, como não aconteceu ontem. Mas é preciso fazer uma ponderação sobre o centroavante.
Washington já fez 12 gols no Brasileirão, 27 no ano, é o artilheiro são-paulino em 2009 e no campeonato. Por menos do que isso, Aloísio era ídolo.
No tricampeonato somado, Aloísio fez 13 gols. Washington já fez 12 em apenas uma campanha. Ontem, aos 12min do segundo tempo, o centroavante era herói. Seus números permitiriam que entrasse em qualquer galeria dos tetracampeões. Neste momento, é vilão. Se ele fez mais do que Aloísio em três campanhas?
É provável que a história conte outra coisa.

RIVAL DE QUEM?
O Corinthians será o rival do Flamengo na próxima rodada. Não se deve pensar que o Corinthians entrará em campo para entregar o jogo. A questão é o espirito de competição que sumiu do Parque São Jorge. A lógica indica favoritismo rubro-negro. Mas o Corinthians não é carta fora do baralho.

O EFEITO MURICY
Bem entendido. Não acho um erro a contratação de Muricy. Foi um acerto. Mas ele representava o risco do rompimento do time com seu estilo. O vice Gilberto Cipullo concorda que o rompimento é responsável, em parte, pela queda no segundo turno. A direção garante Muricy em 2010. Está certa.

PEDIDO DE SOCORRO
No meio do segundo tempo, o técnico Andrade pediu socorro ao sistema de Cuca. Mudou a formação do 4-2-3-1, com que vinha jogando as últimas partidas, para o 3-5-2. Foi quando Juan começou a incomodar a defesa goiana, atuando menos como lateral, mais como ala. Entretanto a partida contra o Goiás deixou claro que a equipe do Flamengo precisa do contra-ataque. Por isso, seus jogos inesquecíveis no segundo tempo aconteceram fora de casa.

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